10 Pintores Portugueses Que Tem de Conhecer

Editorial Feature

Do Google Arts & Culture

Última Ceia (1535-1540) de Vasco FernandesMuseu Nacional Grão Vasco

Explore a arte criada neste país extraordinário

Portugal tem acolhido inúmeros estilos diferentes de arte ao longo dos séculos. Os artistas responsáveis por estas obras continuam a ser celebrados atualmente, mas com talentos tão ricos e variados, por onde deve começar? Não tenha receio, pode começar pelos 10 artistas portugueses e respetivas obras que se seguem. Desde o século XVI até à atualidade, estes artistas exploram diferentes temas e técnicas, mas muitos deles estão unidos no sentido da identidade nacional refletida na sua arte.

Grão Vasco


Vasco Fernandes (c. 1475 – c. 1542), mais conhecido como Grão Vasco, foi um dos principais pintores renascentistas portugueses. Nascido em Viseu, no norte de Portugal, foi aqui que Grão Vasco começou a sua carreira ao juntar-se à equipa de pintores que criaram o retábulo principal da Catedral de Viseu (1501 – 1506). Depois de trabalhar na Catedral de Lamego e no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, o artista regressou a Viseu e executou uma série de retábulos para a catedral, considerados as suas obras mais importantes.

No geral, nas pinturas de Grão Vasco, verifica-se uma especial atenção aos detalhes. Além das influências italianas, pode encontrar-se a inspiração dos mestres da pintura flamenga no tratamento do artista em termos de luz e sombras.

A Última Ceia, de Vasco Fernandes (da coleção do Museu Nacional de Grão Vasco)

S. Pedro (1529) de Vasco Fernandes e Gaspar Vaz (colaboração na predela)Museu Nacional Grão Vasco

São Pedro, de Vasco Fernandes (da coleção do Museu Nacional de Grão Vasco)

Nuno Gonçalves


Nuno Gonçalves foi um pintor português do século XV da corte do Rei Afonso V de Portugal. É-lhe atribuída a pintura dos Painéis de São Vicente de Fora. Os painéis retratam os principais elementos da sociedade portuguesa no século XV: clero, nobreza e povo.

Pouco se sabe sobre a sua vida. Não se conhecem as suas datas de nascimento ou morte, mas os documentos da época parecem indicar que esteve ativo entre 1450 e 1490. Está retratado, entre outras figuras históricas, no Padrão dos Descobrimentos em Belém, Lisboa.

Painéis de São Vicente (Século XV) de Nuno GonçalvesMNAA Museu Nacional de Arte Antiga

Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves (Museu Nacional de Arte Antiga)

Paula Rego


Paula Rego é uma artista plástica portuguesa conhecida pelos seus quadros e livros baseados em histórias. As suas memórias de infância em Portugal inspiram frequentemente os seus quadros, nomeadamente as histórias e as fábulas contadas pela tia e pela avó.

É fascinada pelo lado negro do comportamento humano e os seus quadros revelam muitas vezes narrativas perturbadoras de amor e crueldade, concentrando-se em vítimas de circunstâncias além do seu controlo. Desenha as suas próprias experiências, medos e motivações, e os seus temas são inevitável e frequentemente mulheres. Paula Rego estudou na Slade School of Fine Art, na Universidade de Londres, e foi membro expositor do London Group, juntamente com David Hockney e Frank Auerbach. Foi a primeira artista residente na Galeria Nacional de Londres.

Sleeping (1986) de Paula RegoArts Council Collection

Sleeping, de Paula Rego (da coleção Arts Council Collection)

Possessão I-VII (2004) de Rego, PaulaSerralves Foundation

Possessão I-VII, de Paula Rego (da coleção da Fundação de Serralves)

Amadeo de Souza-Cardoso


Amadeo de Souza-Cardoso (1887 – 1918) foi um pintor português, cujas primeiras obras estavam próximas a nível estilístico do Impressionismo. Por volta de 1910, influenciado pelo Cubismo e pelo Futurismo, tornou-se num dos primeiros pintores portugueses modernos.

O seu estilo era vivido em forma e cor e, embora as suas obras pareçam inicialmente aleatórias e caóticas nas suas composições, o artista assegurou um equilíbrio cuidadoso no seu trabalho. A obra de Amadeo de Souza-Cardoso permaneceu quase desconhecida após a sua morte até 1952, quando uma sala dedicada aos seus quadros no Museu Municipal Amadeo Souza-Cardoso ganhou a atenção do público.

Imagem em falta

The Leap of the Rabbit (1911) de Amadeo de Souza Cardoso (Portuguese, 1887–1918)The Art Institute of Chicago

Salto do Coelho, de Amadeo de Souza-Cardoso (da coleção do The Art Institute of Chicago)

José Malhoa


José Vital Branco Malhoa, conhecido apenas como José Malhoa (1855 – 1933), foi um dos principais nomes da pintura naturalista portuguesa na segunda metade do século XIX. Pintava frequentemente cenas e temas populares, como as suas duas obras mais conhecidas, Os Bêbados (1907) e Fado (1910). Embora Malhoa tivesse permanecido fiel ao estilo naturalista, em algumas das suas obras existem influências impressionistas.

A Casa Malhoa, também conhecida como Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa, foi construída originalmente em 1905 como residência e estúdio do artista. Foi comprada pelo Dr. Anastácio Gonçalves, colecionador de arte, um ano antes da morte do pintor e tornou-se museu em 1980. Mostra várias obras da sua coleção, nomeadamente de pintores portugueses dos séculos XIX e XX.

Praia das Maçãs (c. 1926) de José MalhoaMuseu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado

Praia das Maçãs, de José Malhoa (da coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado)

Paisagem com casario (1916) de José MalhoaFundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro

Paisagem com casas, de José Malhoa (da coleção da Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Pinheiro)

José de Almada Negreiros


José de Almada Negreiros (1893-1970) era um artista português fascinado pelas artes que iniciou a sua carreira artística muito cedo. Em 1913, com apenas 20 anos de idade, fez a sua primeira exposição individual com 90 desenhos. Mais tarde, veio a explorar outros formatos, como por exemplo a pintura, a tapeçaria, a gravura, murais, caricatura, mosaicos, azulejos e vitrais.

Almada Negreiros sempre se considerou um artista futurista influenciado pelos trabalhos do Pablo Picasso e Tommaso Marinetti. No entanto, o seu estilo englobou muito mais do que isso e os críticos de arte tiveram dificuldade em classificar o seu trabalho. Muitos dos seus quadros relatam pessoas no seu quotidiano, num trabalho que parece referenciar arte socialista. O artista apostou na cor e jogou com a distorção das figuras ao ponto de as tornar em formas abstratas.

A Sesta (1939) de José de Almada NegreirosMuseu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado

Afternoon nap by José de Almada Negreiros (From the collection of National Museum of Contemporary Art – Museu do Chiado)

Acrobatas (1947) de José de Almada NegreirosMuseu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado

Acrobats by José de Almada Negreiros (From the collection of National Museum of Contemporary Art – Museu do Chiado)

Joaquim Rodrigo


O pintor português autodidata Joaquim Rodrigo começou por ser professor de agronomia em 1938. Em 1951, começou a mostrar a sua obra em exposições da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA). Durante os anos de 1950, depois de ver a obra de Victor Vasarely e Piet Mondrian durante uma visita à Galerie Denise René em Paris, abandonou rapidamente a figuração por um estilo abstrato.

Fez exposições no Primeiro Salão de Arte Abstrata na Galeria de Março em Lisboa em 1954, na 4.ª Bienal de São Paulo em 1957 e na Feira Internacional de Bruxelas (também conhecida como Expo 58). Joaquim Rodrigo mudou de percurso nos anos 60 à medida que a Pop Art surgiu na Europa e nos Estados Unidos, ao desenvolver um estilo simbólico não naturalista que misturava figuração e abstração. Vários críticos invocaram a influência aborígene e outras práticas indígenas nas obras de Joaquim Rodrigo. Em 1972, teve a sua primeira exposição a solo, uma retrospectiva na SNBA.

S.M. (Santa Maria) (1961) de Joaquim RodrigoMuseu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado

S.M. (Santa Maria), de Joaquim Rodrigo (da coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado)

Kultur - 1962 (1962) de Joaquim RodrigoMuseu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado

Kultur, 1962, de Joaquim Rodrigo (da coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado)

Henrique Pousão


O pintor Henrique César de Araújo Pousão (1859 – 1884) pertenceu à geração naturalista de artistas, embora seja clara nas suas obras também a influência do Impressionismo. Quando viajou para Paris, foi inspirado por Manet, sobretudo na utilização do preto em igual proporção a outras cores.

Alguns críticos consideram as suas obras paisagistas, que parecem mais soltas e expressivas em estilo, um prelúdio da abstração e da arte moderna. Pode ver esta abordagem nos planos abstratos de cor e texturas nos seus quadros Miragem e Fachada de Porta Soterrada, de 1882. Algumas das suas melhores obras foram pintadas em pequenos painéis de madeira com 100 mm x 60 mm.

Aldeia de St. Sauves (1881) de Henrique PousãoMuseu Nacional Soares dos Reis

Vila de St. Sauves, de Henrique Pousão (da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis)

Rapariga deitada no tronco de uma árvore (1883) de Henrique PousãoMuseu Nacional Soares dos Reis

Rapariga deitada num tronco de árvore, de Henrique Pousão (da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis)

Columbano Bordalo Pinheiro


O Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) ou ‘Columbano’ foi considerado um dos mais importantes pintores portugueses do Séc. XIX, tendo sido comparado com Wilhelm Leibl e John Singer Sargent.

Columbano era mestre do realismo, tendo-se especializado na pintura de retratos. Pintou retratos de algumas das mais emblemáticas figuras culturais do Séc. XIX em Portugal, incluindo José Maria de Eça de Queiroz, Teófilo Braga e Raul Brandão. O que diferencia o seu trabalho de outros, é a sua capacidade de captar as expressões e personalidade de quem retrata. O artista, apesar de ser um pintor realista, cria retratos com pinceladas de cores vivas e vibrantes.

O Grupo do Leão (1885) de Columbano Bordalo PinheiroMuseu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado

The Grupo do Leão by Columbano (From the collection of National Museum of Contemporary Art – Museu do Chiado)

A Luva Cinzenta (1881) de Columbano Bordalo PinheiroMuseu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado

The Grey Glove by Columbano (From the collection of National Museum of Contemporary Art – Museu do Chiado)

Maria Helena Vieira da Silva


Nascida em Lisboa em 1908, Maria Helena Vieira da Silva foi uma pintora abstrata. Depois de estudar em Portugal, tal como muitos outros artistas, viajou para Paris em 1928 para continuar a sua formação formal ao inscrever-se no curso de escultura de Émile-Antoine Bourdelle na Académie de la Grande Chaumière. Aí, absorveu várias influências, como a abstração geométrica do grupo Cercle et Carré (Círculo e Quadrado) e o estilo decorativo de Pierre Bonnard.

Os seus primeiros quadros tiveram influência de cada uma destas tendências e o seu estilo combina o Cubismo, o Futurismo e o Construtivismo. Cedo na sua carreira, começou a produzir as suas obras caraterísticas com intenso impasto e sobrepostas com um conjunto complexo de pequenos retângulos. Em 1943, expôs o seu trabalho na Exhibition by 31 Women de Peggy Guggenheim na galeria Art of This Century, em Nova Iorque. Na parte final dos anos 50, ficou conhecida internacionalmente pelas suas composições densas e complexas, influenciadas pela arte de Paul Cézanne. É considerada uma das mais importantes artistas abstratas do pós-guerra, embora não seja uma pintora abstrata "pura".

Créditos: todos os meios
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