Visão Geral

Planejada para coincidir com a inauguração da grande escultura de Robert Irwin no Inhotim (2019), o Instituto apresenta, na Galeria Mata, a exposição Visão Geral, composta por obras dos artistas brasileiros Laura Vinci, Iran do Espírito Santo, Sara Ramo, José Damasceno, Alexandre da Cunha e Marcius Galan. Visão Geral propõe abordagens variadas dentro da produção escultórica contemporâneapara além de sua dimensão como objetos tridimensionais. Apoiados nas histórias da arte e da arquitetura, nada aqui é escultura em seu sentido clássico. Em algumas obras, o pensamento escultórico é conduzido pela ausência ou negação, para a qual a percepção e construção do sentido por parte do espectador é fundamental. Juntas, essas obras elaboram abordagens formais e conceituais que dialogam com o trabalho de Irwin, e apresentam questões pertinentes à escultura contemporânea, como luz, espaço, forma, geometria e abstração, por meio de materiais industriais, cotidianos ou clássicos da história da escultura. Visão Geral não propõe um mapeamento, mas um panorama de uma produção em que − como no trabalho de Irwin − tempo, percepção e visão são indispensáveis.

Máquina do mundo (2005), de Laura VinciInstituto Inhotim

Laura Vinci

“Máquina do mundo” toma seu título emprestado do célebre poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Nela, os processos metafísicos presentes na vida dos indivíduos, como o tempo e as transformações da matéria, unem-se a elementos importantes na construção das infraestruturas sociais – como o maquinário (referência aos processos industrializantes, em que a contemporaneidade está situada) e também o mármore (como símbolo de permanência e da tradição escultórica). Para Laura, este trabalho é uma espécie de “ampulheta maquínica”, na qual o tempo é o responsável por modificar elementos que até então, no campo representativo, eram utilizados como símbolo de durabilidade. Assim como em uma ampulheta, há a mudança contínua da forma da areia que se esvai de uma extremidade a outra, em uma dualidade entre a permanência e a transformação. “Máquina do mundo”, portanto, reinicia-se como num ciclo de começo e fim.

Fala do Curador sobre Laura Vinci
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Barril de petróleo (2006-2007), de Iran do Espírito SantoInstituto Inhotim

Iran do Espírito Santo

Nas esculturas de Iran do Espírito Santo, objetos comuns são representados em esculturas de formas perfeitas, realizadas com extrema precisão e virtuosidade, em materiais tradicionais como o granito, o aço e o vidro. Em Barril de petróleo, a escultura maciça alcança uma tonalidade profunda, assim como a do próprio petróleo, símbolo de um dos principais agentes impulsionadores da economia mundial e alvo de disputas territoriais. Já em Sem título (Desdobrado), o artista trabalha com uma figura geométrica, que se mostra desconstruída em planos soltos como em uma caixa desmontada – um jogo de transparência e reflexo absorve e rebate informações arquitetônicas do espaço expositivo.

Fala do Curador sobre Iran do Espírito Santo
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Sem Título (Desdobrado) (2004), de Iran do Espírito SantoInstituto Inhotim

Fissura (da série Mapas) Fissura (da série Mapas) (2011), de Sara RamoInstituto Inhotim

Sara Ramo

Sara Ramo busca desvelar os elementos e os espaços ordenados em situações de desarranjo da normalidade esperada. “Fissura (da série Mapas)”, obra a princípio escondida − quase inexistente a não ser por uma fresta na parede −, funciona como um olho mágico ou como um buraco de fechadura, que sacia a curiosidade de conhecer o outro lado, o avesso do espaço. Um interior totalmente diferente do imaginado, em que objetos adquirem protagonismo central em um caos cuidadosamente arranjado. Se, no exterior, a obra está associada ao cubo branco, a um ideal de perfeição, em seu interior o que se percebe é um novo mundo, no qual o que normalmente é considerado desordem e imperfeição, apresenta-se contrário ao ideal estético do espaço destinado à arte. São as entranhas desse espaço que se revelam através da fresta e, assim, ressignificam a ordem e a limpeza da sala externa.

Fissura (da série Mapas) (vista)Instituto Inhotim

Fala do Curador sobre Sara Ramo
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Fissura (da série Mapas) (detalhe)Instituto Inhotim

Método para arranque e deslocamento Método para arranque e deslocamento (1992/1993), de José DamascenoInstituto Inhotim

José Damasceno

As instalações e as esculturas de José Damasceno são comumente constituídas por elementos banais, contrariamente ao que ocorre na escultura clássica. Interessa na obra um jogo entre representação e abstração, entre o clássico e o trivial. Em "Método para arranque e deslocamento", o artista lança mão de um revestimento de carpete comum a ambientes domésticos e empresariais, mas que, por meio de ações de corte e remoção, ganha novo sentido. Os cortes transformam o espaço antes planificado, descolando partes do carpete e construindo elementos a partir dele. Damasceno cria movimento, profundidade e volumetria. O plano alcança o espaço e se converte em escultura.

Método para arranque e deslocamento (detalhe)Instituto Inhotim

Fala do Curador sobre José Damasceno
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Mix (Boom) (2017), de Alexandre da CunhaInstituto Inhotim

Alexandre da Cunha

Alexandre da Cunha utiliza peças do cotidiano em suas esculturas, e, por meio de alterações, cortes e junções de elementos distintos, reconfigura-os com base nos códigos da arte. Em "Mix (Boom)", observamos a fragmentação de uma betoneira, máquina fundamental para a produção do concreto. Um equipamento corriqueiro no mundo da construção civil ganha novo sentido, mas mantém resquícios do seu uso original. A partir da intervenção do artista, o objeto se desdobra em novos elementos. O volume único se divide em quatro partes, que se espalham pelo espaço. A solidez original se desfaz, e a visão e o espaço, agora, atravessam as formas.

Fala do Curador sobre Alexandre da Cunha
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Seção diagonal (2008), de Marcius GalanInstituto Inhotim

Marcius Galan

A obra “Seção diagonal”, de Marcius Galan, é composta de elementos básicos comuns à arquitetura: parede, teto, piso, tinta, luz e cera. O material é utilizado pelo artista com o objetivo de criar uma ilusão. Ao entrarmos na sala, a tendência é pensar que há um vidro dividindo-a, levando-nos a visualizar uma vitrine vazia. Ao nos aproximarmos, porém, compreendemos que os nossos olhos foram enganados: trata-se de uma pintura no espaço. Uma sensação de desconforto sensorial se instala. De certo modo, o trabalho é um convite à contravenção, instiga-nos a tocar na obra, a provar sua materialidade. A escultura aqui é uma ilusão originada através dos códigos da arquitetura e dos espaços da arte.

Fala do Curador sobre Marcius Galan
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Créditos: história

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