2_00135CMS002939FTa (1971-05), de Plácido de Campos JúniorMuseu da Imagem e do Som
Aumentando o alcance de suas ações, o Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo disponibiliza parte de seu precioso acervo de imagens e sons de maneira virtual. Um dos marcos desse acervo é o depoimento de Tarsila do Amaral, realizado no dia 13 de maio de 1971, em sua residência, em São Paulo, por Aracy Amaral, Paulo Mendes de Almeida, Maria Eugênia Franco, Oswald de Andrade Filho e Francisco Luiz de Almeida Salles.
Esta exposição, Tarsila entre aspas, parte desse depoimento, destacando trechos de sua fala e imagens também presentes no Acervo MIS, trazendo a público um material valioso relacionado a uma das mais importantes artistas do movimento modernista brasileiro, cuja obra continua reverberando na contemporaneidade.
Os entrevistadores, figuras igualmente importantes para a arte e a cultura brasileiras, fizeram emergir memórias e narrativas de Tarsila do Amaral que não só nos permitem conhecer fatos importantes de sua trajetória, mas também possibilitam perceber traços como generosidade e modéstia, um tom de refinado humor e a simplicidade de suas raízes caipiras.
As boas lembranças da infância, sua timidez, a ida a Paris, sua não participação na Semana de Arte Moderna de 1922, suas viagens e o encontro com a vanguarda paulista são alguns dos temas presentes no depoimento que deu origem a esta exposição virtual, que traz ainda fragmentos de poemas de Carlos Drummond de Andrade e Oswald de Andrade sobre a artista, além de trechos do recente livro da historiadora Mary Del Priore, que trouxe uma visão ampliada da dimensão humana de Tarsila.
Rosana Caramaschi
historiadora e curadora da exposição
Colônia da Fazenda Santa Tereza, da família de Tarsila do Amaral (1920), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
“Eu tenho muitas recordações… eu era muito livre, brincava, corria muito em muros e árvores, gostava de brincar, eu tinha cinco irmãos.”
Transcrição do depoimento de Tarsila do Amaral, gravado em 13/05/1971. Acervo MIS.
Piolin (Abelardo Pinto) na Fazenda Santa Tereza, de Tarsila do Amaral (1920/1929), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
Tarsila do Amaral em Paris (1927), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
“Em 1920, ela partiu para a Europa […] Tarsila se fixou em Paris […]
Segundo João Souza Lima, a Tarsila que desembarcou em Paris tinha ar de moça, mas ousadia de mulher.”
(Mary Del Piore. Fragmento do livro Tarsila – Uma vida doce-amarga, 2022)
“Sempre fui muito acanhada, muito tímida, como sou até hoje… até deixei de estudar piano com Souza Lima. Já tinha estudado [durante] três anos, deixei porque eu pensei que deveria ir ao palco… por timidez passei a pintar.”
Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral em Paris (1927), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
7_00133MOD000365FTar (1920/1929), de Authorship unknown e Reproduced by Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
“Paul Poiret que fazia os meus vestidos.” (Estilista francês, 1879-1944)
“Eu fiz especialmente um quadro, um dos meus melhores quadros, A caipirinha. Daí Oswaldo tirou também o título para fazer uns versos para mim: Caipirinha vestida de Poiret.”
Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral no convés de navio (1920/1929), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
“Eu recebi uma carta de Anita Malfatti contando tudo sobre a Semana de Arte Moderna.”
“Logo depois [junho de 1922], Anita, que já era minha amiga, me apresentou Oswaldo de Andrade, Menotti del Picchia e Mário de Andrade.”
Patrícia Galvão, Anita Malfatti, Benjamin Peret, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Elsie Houston, Álvaro Moreyra, Eugênia Álvaro Moreyra e pessoa não identificada (1920/1929), de Autoria desconhecida e Autoria de reprodução desconhecidaMuseu da Imagem e do Som
“Eu recebia muita gente… era um ateliê bastante grande, acolhia bastante gente.”
Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral fotografados junto a dona Olívia Guedes Penteado (ao centro), Betita Penteado (com um exemplar de Pau Brasil), Goffredo da Silva Telles e Carolina Penteado da Silva Telles (1925), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
“Dona Olívia [Guedes Penteado] muitas vezes reunia também. Sempre ia o Di Cavalcanti, e eu também frequentei.”
Tarsila do Amaral na Fazenda Santo Antônio, de dona Olívia Guedes Penteado (1924), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
Viagem a Minas Gerais (1923), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
“A viagem a Minas eu me lembro de tudo. Mário de Andrade também foi.”
Da direita para a esquerda: Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Dulce, Dr. Altino Arantes, Biela Arantes, Cláudio de Souza e dona Luisinha (1926), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
“A viagem ao Oriente foi curiosidade de ver coisas novas, de ver o Oriente, que era um tanto diferente do que é aqui para nós.”
Viagem ao Oriente Médio: Oswald de Andrade, Tarsila e Dulce a bordo (sentados na segunda fila à direita) (1926), de Autoria desconhecida e Reprodução de Fernando ScavoneMuseu da Imagem e do Som
26_00135CMS001208FTn (1972), de Gabriel BondukiMuseu da Imagem e do Som
“Taí uma coisa… eu sempre fui muito correta nesse sentido. Toda gente dizia que eu fiz parte da Semana de Arte Moderna, que é um título também, não é? Mas não, eu recebi em Paris uma carta da Anita Malfatti.”
“Eu ainda trabalho. Essas coisas são novas; são recentes esses quadros […] estou produzindo ainda.”
“Estão me copiando já.”
Transcrição do depoimento de Tarsila do Amaral, gravado em 13/05/1971. Acervo MIS
Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886, na cidade de Capivari, em São Paulo, e faleceu em 17 de janeiro de 1973, na cidade de São Paulo.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador
Tarcísio de Freitas
Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa
Marilia Marton
Secretário Executivo de Estado de Cultura e Economia Criativa
Frederico Mascarenhas
Chefe de Gabinete
Maithê Rocha da Costa Monteiro
Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico
Paula Paiva Ferreira
ASSOCIAÇÃO CULTURAL CICCILLO MATARAZZO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente
Roberto Giannetti da Fonseca
Vice-Presidente
Sergio Kobayashi
Conselheiros
Fernanda Romano
Luis Henrique Sartoratti
Mauro Garcia
Rita Okamura
CONSELHO FISCAL
Conselheiros
Gil Marcos Clarindo dos Santos
Olinda Amazonas Martins
Rita Marques
Sonia Maria da Silva
CONSELHO CONSULTIVO
Conselheiros
Dalva Abrantes de Mendonça
Marcelo Hallake
Max Perlingeiro
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
Diretor-Geral
Marcos Mendonça
Diretor de Gestão e Finanças
Gil Costa
Diretora Cultural
Cláudia Vendramini Reis
Gerente Administrativa
Ana Paula Braga
Gerente Financeiro
Luis Henrique Sartoratti
Gerente Cultural
Renan Daniel
Assessoria Institucional
Débora Botelho Brandão
TARSILA ENTRE ASPAS
Curadoria
Rosana Caramaschi
Produção
Isabela Olmos
Pesquisa
Adriana Veríssimo
Digitalização
Cássia Aranha
Guilherme Savioli
Montagem da Exposição Virtual
Patricia Lira
Revisão de Textos
Cristiane B. Futagawa [Sushi]
Regina Stocklen
Agradecimentos
Aracy Amaral
Carmelita de Moraes
Centro de Documentação Cultural "Alexandre Eulalio" - Instituto de Estudos da Linguagem / UNICAMP
Fernando Scavone
Gabriel Bonduki
Karina Israel
Rudá de Andrade Filho
Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral Empreendimentos