Dominada pela cultura da vinha, a paisagem do Douro conserva a acumulação de várias épocas na sua configuração. Os mortórios, socalcos abandonados depois da filoxera, que vemos no primeiro plano, foram também repovoados com a plantação de oliveiras. Coexistem as várias técnicas de armação do terreno e algumas espécies arbóreas autóctones, como os sobreiros. Os muros da vinha e outras construções muradas que serviam para o armazenamento de alfaias ou para a instalação de colmeias (os muros apiários) mostram-nos que território e património formam nesta região um binómio indissociável. Em alguns casos foram plantadas laranjeiras, uma das frutas de espinho cultivadas no Douro. A classificação do Alto Douro Vinhateiro (UNESCO, 2001) objetiva-se exatamente nesta diversidade e autenticidade ao considerar a sua paisagem como cultural, evolutiva e viva.