Uma mulher negra carregando na cabeça uma lata de água, sobe o morro. Uma cena talvez corriqueira no Rio de Janeiro da década de 1940, onde o artista Erbo Stenzel estudava Escultura. Foi na Escola Nacional de Belas Artes onde ele conheceu Anita (Emerenciana Cardoso Neves), a moça que lhe serviu como modelo para a escultura “Água pro Morro”. Anita tinha então 25 anos e, de simples atendente do café, tornou-se modelo e, mais tarde, aluna de escola. Erbo Stenzel apresentou a obra no Salão Nacional de Belas Artes de 1944, ansiando o prêmio de viagem ao exterior, mas “Água pro Morro” foi considerada hors concours, ou seja, fora de competição, dada a sua qualidade superior. De volta a Curitiba, onde o artista nasceu em 1911, trouxe consigo a escultura, que foi premiada com a Medalha de Ouro no III Salão de Belas Artes do Clube Concórdia, em 1950. Em 1995 foi realizada a sua réplica em bronze, instalada em 1996 na Fonte Maria Lata d’Água, nas proximidades no antigo pelourinho de Curitiba. A réplica em bronze do acervo do MON foi realizada em 2008. Erbo Stenzel nasceu em Curitiba (PR), em 1911. Foi aluno de pintura de Lange de Morretes (1892-1954) e de escultura de João Turin (1878-1949). Formou-se em Escultura na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro (RJ), cidade onde residiu durante 11 anos. Voltou a Curitiba em 1949 para assumir o lugar deixado por João Turin na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, onde atuou como professor de Anatomia e Fisiologia Artística. Várias esculturas por ele realizadas estão espalhadas por Curitiba, geralmente bustos de personalidades políticas. É o autor do projeto da Praça Dezenove de Dezembro, em Curitiba, juntamente com as esculturas do Homem Nu e da Mulher Nua, ambas executadas por Humberto Cozzo. Foi também um grande enxadrista, premiado em diversos torneios. Faleceu em Curitiba, em 1980.