Resistir é Preciso...Instituto Vladimir Herzog
Resistir é Preciso...
A exposição “Resistir é Preciso...” é uma idealização do Instituto Vladimir Herzog e tem como objetivo contar a história da resistência à ditadura militar que se implantou no Brasil em 1964 e que permaneceu no poder até a eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985.Nesse período, muitos trabalhadores, estudantes, intelectuais, artistas, religiosos e diversas outras pessoas de vários setores da sociedade civil lutaram pelo restabelecimento da democracia. Durante a luta, milhares de pessoas foram presas e torturadas, centenas foram mortas e muitas delas, até hoje, continuam desaparecidas. Para sobreviver, inúmeros brasileiros foram obrigados a se exilar.
Resistir é preciso
reuniu um expressivo conjunto de obras de arte que mostra a militância dos artistas clamando por democracia e denunciando os abusos e os crimes da ditadura. Nesses anos, nasceu também uma imprensa de resistência que se expandiu no país, na clandestinidade e no exílio. Muitas publicações dessa imprensa alternativa eram vendidas nas bancas de jornal e, mesmo censuradas, foram importantes para a resistência à ditadura militar. “Resistir é Preciso...” possibilitará aos jovens conhecer melhor as lutas pela reconstrução democrática através da linha do tempo, que abrange o período de 1960 a 1985 e inclui fatos marcantes do cenário político e cultural do Brasil e do mundo.
Exposição "Resistir é Preciso..." CCBB-RJInstituto Vladimir Herzog
O curador Fábio Magalhães fala sobre os diversos elementos da exposição.
Sumário
1º parte "A difícil travessia" Linha do Tempo, 2º parte "Anos de rebeldia - A arte contra a ditadura militar", 3º parte "A imprensa clandestina e a do exílio", 4º parte "Brasília no tempo da ditadura"
A difícil travessia
O texto "A difícil travessia" escrito por Míriam Leitão retrata os anos em que o Brasil sofreu sob uma ditadura militar retratando os acontecimentos do período e trazendo a reflexão da importância dos jovem pela busca de seus direitos e da democracia.
"Houve um tempo em que os partidos foram extintos por ato institucional."
"A despeito de tudo, a ditadura de enfraquecia. Forte era a resistência que conseguiu liderar o país para a vitoriosa campanha pela anistia." - texto de Miriam Leitão.
"A resistência é, por sua natureza, anárquica, desorganizada, fragmentada. Ela ocorreu nas ruas, no partido legal, nos partidos clandestinos, na imprensa alternativa, em parte da grande imprensa, nas músicas, nos teatros, na literatura, na poesia, no humor, nas ações armadas, nos sindicatos, no exílio, dentro das casas, nos gestos, nas palavras e, sobretudo, nas mentes." -texto de Miriam Leitão.
"Uma ordem tirânica se formou, e seria cômodo não fazer nada, aceitar o silêncio, tocar a vida adiante, cuidar dos filhos, buscar o sucesso profissional, esquecer a política. Mas milhões resistiram àquela ordem. Foi esse mar de descontentamento que desaguou no Vale do Anhangabaú em abril de 1984, no maior de todos os comícios que a história do Brasil já presenciou. Era o vigésimo ano do sofrimento e ele ainda não havia terminado."- texto de Miriam Leitão.
"Ditadura é um túnel no qual se entra sem saber quando, como e se será possível sair. E ele é tão longo! É necessário tentar no escuro, caminhar sempre, sem medo dos tropeços, sem tempo para a dúvida. Apenas porque "resistir é preciso". - texto de Miriam Leitão.
Parte 1 de 1960 - 1975
• Da democracia à ditadura
1960, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1960
• Em Cuba, instala-se o governo revolucionário.
• Congo e Senegal tornam-se independentes em 1960
• Argélia torna-se independente em 1962
• Brasília é inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek
• Verso do poema "O Operário em construção"de Vinicius de Moraes
• Jânio Quadros é eleito
• A pílula anticoncepcional é lançada
1961 e 62, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1961 e1962
• Cubanos comemoram a vitória militar sobre os invasores
• Jânio Quadros renúncia e assume o vice João Goulart
• O 13. salário é criado
• A Terra é Azul
1963, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1963
• Carlos Lacerda defende golpe militar contra Jango
• É lançado o filme “Vidas Secas”
• Um plebiscito restabelece o regime presidencialista
1964, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1964
• China e União Soviética em relações tensas
• Pesquisa em oito capitais mostra que 72% dos brasileiros consideram necessária a reforma agrária
• Cronologia do golpe
• João Goulart discursa em defesa das reformas de base
1965, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1964
• O primeiro ato institucional é decretado
• General Castelo Branco é eleito presidente
• Estréia do show Opinião no Rio de Janeiro,
1965, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1965
• Invadida a República Dominicana
• Castelo Branco decreta o Ato Institucional 2
• Manifestações de protesto em diversas capitais
1966, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1966
• 28. Congresso da UNE
• Manifestações de protesto
• Costa e Silva é eleito presidente da República
• Golpe Militar na Argentina
1967, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1967
• O exército desbarata a guerrilha do Caparaó
• Che Guevara é assassinado na Bolivia
• O Festival de Música da TV Record TV
1968, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1968
• A passeata dos 100 mil
• Protestos de estudantes agitam diversos países
• Protesto dissolve comemoração do Dia do Trabalho na Praça da Sé
1968, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1968
• 900 estudantes são presos durante o 30. Congresso da UNE
• Morre estudante em conflito
• Anúncio apresenta busca a Marighela
• Aumenta a censura aos meios de comunicação
1969, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1969
• Carlos Marighella é assinado em emboscada
• Embaixador dos EUA Charles Elbrick é sequestrado
• Um dos braços mais violentos da repressão é criado, a Oban
1970, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1970
• Dom Paulo Evaristo Arns é o novo arcebispo de São Paulo
• Dilma Rousseff é interrogada
• Brasil ganha Copa do Mundo no México
• A Rodovia Transamazônica começa a ser construída
1971, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1971
• Carlos Lamarca é assinado
• Deputado Rubens Paiva
• O deputado Rubens Paiva é preso
• Teodomiro Romeiro é condenado a morte
1972, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1972
• Acontecimentos
• Anistia Internacional divulga relatórios sobre torturados e torturadores
• Inicia combate a guerrilha do Araguaia
• Cartaz com fotografia de terroristas "procurados"
1973, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1973
• Ulysses Guimarães , o "anticandidato"
• Continua campanha contra a guerrilha do Araguaia
• Crise Mundial
1974, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1974
• Início de onda repressiva contra o Partido Comunista Brasileiro
• General Ernesto Geisel é eleito presidente
• Deputado Francisco Pinto é condenado
1975, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1975
• Jornalista Vladimir Herzog é assassinado
• Culto ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog na Catedral da Sé.
• Capa do Jornal UNIDADE
• Chega ao fim a guerra do Vietnã
Parte 2 | 1976 - 1985
• Da ditadura à democracia
1976, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1976
• Golpe militar na Argentina
• Assassinado operário Manuel Fiel Filho
• Chacina da Lapa
1977, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1977
• Invasão da PUC
• Manifestação de estudante no Largo São Francisco, em São Paulo
• O movimento estudantil rearticula-se em todo o país
1978, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1978
• A Anistia começa a procurar desaparecidos
• Revogado AI-5
• As mães da Praça de maio
1979, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1979
• Lula fala no Estadio da Vila Euclides, no ABC Paulista.
• Greve de Trabalhadores
• Voltam milhares de cidadãos que estavam em exílio
• A Lei da Anistia é sancionada pelo Presidente Figueiredo
1980, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1980
• Fim do bipartidarismo
• Fundação do Partido dos Trabalhadores
• Atentados queimam bancas que vendiam jornais da imprensa alternativa
1981, 82 e 83, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1981 + 82 + 83
• Os atentados continuam
• Primeiro comício pelas eleições diretas
1984, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1984
• Dezenas de comícios são realizados pedindo eleições diretas
• Decretado Estado de Emergência
• As diretas não são aprovadas
• Manifestações pelas Eleições Diretas
• Derrota da votação das Diretas
1985, de Instituto Vladimir HerzogInstituto Vladimir Herzog
1985
• Tancredo Neves é eleito presidente
• Tancredo morre em São Paulo
• José Sarney é presidente
• "Não vamos nos desesperar"
• Mensagem deixada por Tancredo Neves
Anos de Rebeldia | A arte contra a ditadura militar - por Fábio Magalhães
"Há um samba de Billy Blanco - Obrigado Excelências - que reflete o otimismo dessa época"- texto de Fábio Magalhães
"Nessa década ocorreram grandes transformações que mudaram o comportamento da sociedade."- texto de Fábio Magalhães
"Esses movimentos atuaram de modo determinante na década de 1960 e revolucionaram as poéticas da música popular, do teatro e do cinema em nosso país, com repercussão internacional."- texto de Fábio Magalhães
"Pois bem, nesse caldeirão de transformações, de avanços e retrocessos, de sonhos e de rebeldias, os artistas procuravam criar suas obras na velocidade dos acontecimentos políticos e sociais."- texto de Fábio Magalhães
"A proibição provocou manifestações de solidariedade aos artistas brasileiros em todo o mundo."- texto de Fábio Magalhães
"Em certa ocasião, fizemos uma aranha"- texto de Fábio Magalhães
"Esses depoimentos dão idéia do alargamento dos conceitos de arte e de suas funções."- texto de Fábio Magalhães
Seja Marginal Seja Herói (1968), de Hélio OiticicaInstituto Vladimir Herzog
Hélio Oiticica
• Depois do golpe militar, Hélio Oiticica desenvolveu uma arte voltada para as questões sociais. “Seja marginal seja herói” (1968), é uma homenagem ao marginal Cara de Cavalo, morto por policiais da escuderia Le Cocq. E confronta a afirmação de que “bandido bom é bandido morto”, alardeada e repetida até hoje pelos programas policialescos na televisão
Toque para explorar
Toque para explorar
RPT - P1 - X3 ( Recolhimento de Presos Tiradentes - Pavilhão 1 - Xadrez 3 ) (1971), de Alípio FreireInstituto Vladimir Herzog
Alipio Freire
• Militante da Ala Vermelha (PCdoB), foi preso pela Operação Bandeirante (Oban) durante a ditadura militar. No presídio Tiradentes desenvolveu atividade artística juntamente com outros presos como forma de resistência. Anistiado, Alípio reuniu um expressivo conjunto de obras de arte realizadas na prisão por presos políticos, seus contemporâneos.
Inserções em Circuitos Ideológicos – Projeto Cédula (1970), de Cildo MeirelesInstituto Vladimir Herzog
Cildo Meirellles
• "Inserções em circuitos ideológicos” são obras conceituais que vão além da visualidade e rompem com a lógica dos circuitos artísticos. Garrafa de Coca Cola com serigrafia aplicada que explica como fazer um coquetel Molotov e o carimbo em cédulas de um cruzeiro com a pergunta “Quem matou Herzog?”
• Decalques em silk-screen em garrafas retornáveis de Coca Cola. Elas voltavam à circulação com uma mensagem que questionava o regime ou mesmo com instruções para fazer um coquetel Molotov.
Greve (1964), de Sérgio FerroInstituto Vladimir Herzog
Sergio Ferro
• Artista e arquiteto, foi militante da ALN-Ação Libertadora Nacional e esteve preso no presídio Tiradentes (1970). A obra “São Sebastião” presta homenagem ao líder e fundador da ALN, Carlos Marighella, morto em 4 de novembro de 1969. A obra “Ícaro” homenageia Carlos Lamarca, comandante da VPR-Vanguarda Popular Revolucionária, morto em 17 de setembro de 1971.
Toque para explorar
A imprensa clandestina e a do exílio - por José Luiz Del Roio
por José Luiz Del Roio
"O Brasil sempre foi um terreno hostil para uma real liberdade de expressão."- Texto de José Luiz Del Roio
"Praticamente toda a imprensa clandestina foi destruída, com um alto saldo de mortos, encarcerados e torturados."- Texto de José Luiz Del Roio
"Mas a comunicação dos exilados não se baseava apenas em jornais. Houve uma produção impressionante de cartazes em diversas técnicas. alguns de ótima qualidade."- Texto de José Luiz Del Roio
Toque para explorar
Exposição Resistir é Preciso... 1, de Ricardo CarvalhoInstituto Vladimir Herzog
Sem Título, de Autor desconhecidoInstituto Vladimir Herzog
Sem Título, de UntitledInstituto Vladimir Herzog
Sem Título (1979), de Elifas AndreatoInstituto Vladimir Herzog
Exposição Resistir é Preciso... 2, de Ricardo CarvalhoInstituto Vladimir Herzog
Fac-símile (1985)Instituto Vladimir Herzog
Fac-símile (1979), de Otávio RothInstituto Vladimir Herzog
Sem Título (1985), de Marcelo MagalhãesInstituto Vladimir Herzog
Exposição Resistir é Preciso... 3, de Ricardo CarvalhoInstituto Vladimir Herzog
Comité Nacional de Paz y Solidariedad (1974), de Autor desconhecidoInstituto Vladimir Herzog
Sem Título (1970), de Autor desconhecidoInstituto Vladimir Herzog
Sem Título (1979), de Autor desconhecidoInstituto Vladimir Herzog
Exposição Resistir é Preciso... 4, de Ricardo CarvalhoInstituto Vladimir Herzog
Anistia (1970), de Miguel PaivaInstituto Vladimir Herzog
Fac-símile (1979), de J. de Souza / V. RibasInstituto Vladimir Herzog
Sem Título (1979), de BérgamoInstituto Vladimir Herzog
Exposição Resistir é Preciso - AnistiaInstituto Vladimir Herzog
Brasília no tempo da ditadura. Na crônica sagaz de Luiz Humberto e Orlando Brito
por Fábio Magalhães
"As fotos mostravam o que os artigos não podiam dizer."- texto de Fábio Magalhães
Exposição Resistir é Preciso - Diretas JáInstituto Vladimir Herzog
• Comício para as eleições "Diretas Já"
Certidão de obito (1975), de Republica Federativa do BrasilInstituto Vladimir Herzog
• Certificado de óbito entregue a família do Herzog em 1975. "deu como caso de morte: asfixia mecânica por enforcamento"
Nova Certidão de obito (2013), de Republica Federativa do BrasilInstituto Vladimir Herzog
• Novo certificado de óbito entregue a família do Herzog, 38 anos depois da morte do Vlado. O novo certificado foi uma vitória para a familia e amigos do jornalista.
Exposição Resistir é Preciso... Memorial dos mortos e desaparecidosInstituto Vladimir Herzog
• Tributo aos desaparecidos e assinados durante o regime militar, em seus 21 anos de duração.
Toque para explorar
Exposição Resistir é Preciso...
Coordenação - Institute Vladimir Herzog
Produção - Arte3
Organização - Fábio Magalhães
Edição Google Cultural Institute - Julio Maia
Apoio - Correios | BNDES
Realização- Centro Cultural Banco do Brazil | Ministério da Cultura
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