Intervenções

Arte contemporânea no Segall

Glossário 2 (azul) (2012), de Regina SilveiraMuseu Lasar Segall

Intervenções

A série Intervenções tem como objetivo apresentar obras no jardim principal do MUSEU LASAR SEGALL | IBRAM | MINC. Essas obras devem propiciar ao público visitante uma reflexão sobre as relações entre espaço arquitetônico, arte pública e artes visuais. Desde 2011 foram expostas as “intervenções” de Lygia Reinach, Regina Silveira, José Manuel Ballester, Mônica Nador, Edith Derdyk, Marilá Dardot, Marcelo Moscheta, Ana Maria Tavares e Macaparana. Anterior ao projeto, o artista Hilal Sami Hilal inaugurou o espaço com a obra "Para sonhar continentes", trabalho inédito para a exposição Atlas, realizada no Museu Lasar Segall em 2010. Com essas intervenções, o jardim do Museu, anteriormente um simples espaço de circulação, transforma-se em uma “galeria” a céu aberto. Assim, o local ganha novos significados e estabelece, por meio da obra em exposição, um diálogo ativo com os visitantes. Ao mesmo tempo, o Museu amplia as possibilidades investigativas, inserindo novos conceitos, ações e práticas nas tendências contemporâneas de arte.

Sem título (2011), de Lygia ReinachMuseu Lasar Segall

Lygia Reinach

"O espaço do jardim, embora pequeno, oferece uma atmosfera generosa e acolhedora. Gosto dele. Quanto ao projeto de abrir novos espaços para as artes visuais, não tenho dúvida de que é corajoso. Porque? Porque trata-se de espaço digno e inusitado. E não duvido de que Segall iria aplaudir a iniciativa. Estou orgulhosa por estar inaugurando Intervenções e apresentar duas esculturas no jardim. A primeira é de cerâmica e água. Algo que venho desenvolvendo, tentando simplificar sempre os procedimentos no sentido de torná-los mais e mais misteriosos. A segunda escultura é toda em aço corten, de aproximadamente 2 metros de altura." (Depoimento de Lygia Reinach)

Sem título (2011), de Lygia ReinachMuseu Lasar Segall

Sem título, Lygia Reinach, 2013, Da coleção de: Museu Lasar Segall
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Sem título (2011), de Lygia ReinachMuseu Lasar Segall

Sem título, Lygia Reinach, 2012, Da coleção de: Museu Lasar Segall
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Glossário 2 (azul) (2013), de Regina SilveiraMuseu Lasar Segall

Regina Silveira

Regina Silveira descreve a obra como “um inventário sobre a luz, tratada como conceito, palavra-imagem e fenômeno. O trabalho foi criado em 2010 para fachada curva envidraçada do hall de entrada do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, como junção aleatória de tipologias diversas que escrevem a palavra ‘LUZ’, recortada e vazada em material transparente e colorido, com a intenção de compor uma espécie de vitral “impermanente”, em termos de cor-luz, efeitos e reflexos.O significado de Glossário está na pequena narrativa visual misturada e aberta que propõe. A interpretação envolve não apenas a ‘leitura’ do discurso, linear ou cruzada, mas também o fluxo de interações que as palavras podem manter com o usuário em movimento e com a luz física e cambiante, externa ou interna, da qual o trabalho depende para iluminar-se e ‘funcionar’.

Glossário 2 (azul) (2013), de Regina SilveiraMuseu Lasar Segall

Glossário 2 (azul) (2013), de Regina SilveiraMuseu Lasar Segall

Glossário 2 (azul) (2012), de Regina SilveiraMuseu Lasar Segall

Glossário 2 (azul) (2011), de Regina SilveiraMuseu Lasar Segall

Glossário 2 (azul) (2012), de Regina SilveiraMuseu Lasar Segall

Arquitetura e simulacros (2011), de Jose Manuel BallesterMuseu Lasar Segall

José Manuel Ballester

Arquitetura e simulacros é o título da intervenção de José Manuel Ballester nos jardins externos do Museu Lasar Segall. Utilizando da técnica do “trompe-l´oeil” (ilusão de ótica), Ballester desloca a estrutura da janela do Atelier de Segall, espaço tombado no Museu, para reconstrui-la nos espaços do Jardim. Assim, ele quebra e justapõe, através da fotografia, novos espaços que, em perspectiva abismal, passam a ter uma nova visão e uma nova interlocução. Há um processo de simultaneísmo arquitetônico, que só a fotografia desconstruida e reconstruida lhe permite criar.

Arquitetura e simulacros (2011), de Jose Manuel BallesterMuseu Lasar Segall

Arquitetura e simulacros (2011), de Jose Manuel BallesterMuseu Lasar Segall

Arquitetura e simulacros (2011), de Jose Manuel BallesterMuseu Lasar Segall

Arquitetura e simulacros (2011), de Jose Manuel BallesterMuseu Lasar Segall

Cabeças de negros (2012), de Mônica NadorMuseu Lasar Segall

Mônica Nador

Cabeças de negros, obra desenvolvida pela artista plástica Mônica Nador, inspira-se na xilogravura Cabeça de negro, de autoria de Lasar Segall. Trata-se de uma justaposição das duas cabeças: aquela feita por Segall, em 1929, e outra realizada em 2004, por um morador que participa do Jardim Miriam Arte Clube (Jamac). Uma diferença de 75 anos separa essas duas representações. A primeira, feita por um branco europeu que chega ao Brasil em 1923 e, contaminado pela cultura e por seu povo, desenvolveuma extensa “iconografia”; a segunda, um Autorretrato, representação atual de um negro que vive na periferia da cidade de São Paulo. Tempos históricos distintos, mas que, no diálogo, trazem as marcas das diferenças, da desigualdade e da beleza.Para a elaboração de texturas dos planos pictóricos que compõem a obra agora exposta, também foram utilizadas no trabalho da artista as imagens das conhecidas venezianas de Segall, criadas para a série do Mangue (Rio de Janeiro).

Cabeças de negros (2012), de Mônica NadorMuseu Lasar Segall

Cabeças de negros, Mônica Nador, 2012, Da coleção de: Museu Lasar Segall
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Cabeças de negros (2011), de Mônica NadorMuseu Lasar Segall

Cabeças de negros (2011), de Mônica NadorMuseu Lasar Segall

Cabeças de negros (2013), de Mônica NadorMuseu Lasar Segall

Alçapão (2011), de Edith DerdykMuseu Lasar Segall

Edith Derdyk

Edith Derdyk descreve o seu projeto como “portas que se abrem e/ou se fecham, um respiro suspenso no ar em contato com lugares secretos e escondidos, para dentro da terra e para o alto do céu. Assim compreendo o espaço de um museu – um lugar em que a arte pode respirar em plena travessia e cruzar com todos que por ali transitam. Este jardim é um espaço de passagem, com entradas e saídas no plano horizontal, estabelecendo uma conexão diretacom a rua e o ambiente exterior.Por se tratar de uma intervenção, quis maior aproximação com as configurações físicas do espaço arquitetônico, abrindo, simbolicamente, outras paragens e passagens secretas, talvez com desejo de acionar mananciais necessários para a sobrevivência da arte e, como consequência, dos lugares em que ela habita – uma casa, um atelier, um museu”.

Alçapão (2011), de Edith DerdykMuseu Lasar Segall

Alçapão (2011), de Edith DerdykMuseu Lasar Segall

Alçapão (2013), de Edith DerdykMuseu Lasar Segall

Alçapão (2012), de Edith DerdykMuseu Lasar Segall

Alçapão (2011), de Edith DerdykMuseu Lasar Segall

A educação pela pedra (2012), de Marilá DardotMuseu Lasar Segall

Marilá Dardot

A artista Marilá Dardot apresenta/escreve/inscreve o verso Para aprender da pedra, frequentá-la, sobre o piso do jardim com pedras portuguesas similares às do espaço destinado ao projeto.Esse verso faz parte do poema “A educação pela pedra” (1966), de João Cabral de Melo Neto. As letras construídas com o mesmo tipo de pedras e rejuntes de cimento criam um poema visual único. Forma e conteúdo,pedra sobre pedra, palavra sobre pedra e pedra sobre palavra constituem na criação de Marilá Dardot uma única unidade. É curioso que a pedra tenha conquistado prestígio e tradição raros na moderna poesia brasileira, em função do famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, “No meio do caminho”: “[...] no meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho [...]”, publicado pela primeira vez na Revista de Antropofagia, em 1928, ou seja, quase quatro décadas anterior ao poema cabralino.Ao comentar seu trabalho, Marilá Dardot afirma:“A estratégia de trabalhar com letras, que de algumamaneira se fundem ao chão, não é nova em meu trabalho. Já cheguei a materializar a frase do escritor chileno Roberto Bolaño: ‘Porque as palavras estão por toda parte’ (2008), retirada do romance 2666” (2004). 

A educação pela pedra (2012), de Marilá DardotMuseu Lasar Segall

A educação pela pedra (2011), de Marilá DardotMuseu Lasar Segall

A educação pela pedra (2011), de Marilá DardotMuseu Lasar Segall

A educação pela pedra (2015), de Marilá DardotMuseu Lasar Segall

A educação pela pedra (2013), de Marilá DardotMuseu Lasar Segall

A educação pela pedra (2015), de Marilá DardotMuseu Lasar Segall

Inverno (2012), de Marcelo MoschetaMuseu Lasar Segall

Marcelo Moscheta

Marcelo Moscheta apresenta a obra Inverno, especialmente concebida e produzida para o Museu Lasar Segall, onde ele explora a memória do espaço. A ideia do artista ao apresentar o projeto, foi trabalhar com elementos orgânicos do próprio jardim. Assim, Moscheta pensou e escolheu as folhas que caem das árvores e que são varridas e dispensadas todos os dias. Desta efemeridade o artista explora todo o potencial, transformando o objeto coletado em obra de arte.O processo implica em recolher a matéria prima e replicar inúmeras vezes uma única folha, que seráprensada, com massa de paperclay branco e queimada em forno. Assim, o artista cria uma produção seriada, replicando um único elemento do jardim, conservando suas texturas e características.O material utilizado para os moldes, uma mistura de papel com argila, apresenta-se como uma possibilidade de trabalhar as variadas formas e ao mesmo tempo conservar a aparente fragilidade das folhas. A grande instalação, como algo que já passou; os ciclos da vida, da falsa ideia de permanência que temos da própria vida e da cerâmica, como instrumento formal, carrega em si toda essa carga de perenidade, de registro de civilizações passadas, de marcas do tempo e da luta contra ele.Assim, como diz o próprio artista, Inverno “seria a tentativa de prolongar essa frágil existência da vidano jardim, já não mais habitado pelo seu dono original, mas revivido pelo público que ali transita eativa o museu todos os dias. A palavra inverno carrega a ideia da estação, da conservação das coisas, da hibernação, de se resguardar, de se proteger”

Inverno (2015), de Marcelo MoschetaMuseu Lasar Segall

Inverno (2012), de Marcelo MoschetaMuseu Lasar Segall

Inverno (2012), de Marcelo MoschetaMuseu Lasar Segall

Inverno (2012), de Marcelo MoschetaMuseu Lasar Segall

Inverno (2012), de Marcelo MoschetaMuseu Lasar Segall

Inverno (2011), de Marcelo MoschetaMuseu Lasar Segall

Rotatórias (Tête-à-tête) (2013), de Ana Maria TavaresMuseu Lasar Segall

Ana Maria Tavares

Rotatórias (Tête-à-tête), intervenção de Ana Maria Tavares, são confeccionadas em aço inox polido e posicionadas de maneira a criar um arranjo orgânico em meio ao jardim do Museu. A artista assim descreve sua obra: "Dotadas de caráter quase ao estilo art-nouveau, as esculturas brotam verticalmente como forma linear percorrendo um caminho veloz e sensual de volta ao chão, de onde surgiram. Aparentemente figuram como um jardim artificial e agigantado, uma vez que o metal tubular e espelhado de suas formas são como caules de plantas que se curvam, mimetizando a vegetação do entorno. Porém, há na obra uma pegada perversa e intrigante que captura o passante, tal como uma planta carnívora detém o intruso em seu ambiente supostamente dócil. O corpo busca amparo e assim o visitante curioso é convocado a adentrar o espaço interno das peças facilitado pelas características familiares da obra: o material utilizado lhe é familiar. Do mesmo modo que nos espaços públicos o aço inox é corrimão e amparo para o corpo. Rapidamente as proporções das peças acolhem o visitante, deixando-o repousar seu corpo, o qual se adapta imediatamente à forma dada. Nas seis partes que compõem a totalidade da intervenção, cada pessoa poderá se instalar e ver as outras cinco: a obra abre caminho para uma interação inesperada. Tête-à-tête é uma composição para cúmplices, um ambiente de encontro a céu aberto: é forma e função; um jogo entre o deleite visual da forma em sua condição pura e isolada e sua utilização como descanso do corpo. Nesse contexto as esculturas tornam-se mobiliário e vão cumprir a tarefa de transformar o atual caminho, aquele que liga a porta de entrada à sala de exposição ou ao café, em uma pequena praça, local onde o tempo é dilatado para simples fruição. Em vez de apenas atravessar o espaço, a intervenção pressupõe a possibilidade do encontro com o outro".

Rotatórias (Tête-à-tête), Ana Maria Tavares, 2011, Da coleção de: Museu Lasar Segall
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Rotatórias (Tête-à-tête), Ana Maria Tavares, 2013, Da coleção de: Museu Lasar Segall
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Sem título (2011), de MacaparanaMuseu Lasar Segall

Macaparana

Para o "Intervenções IX", convidamos José de Souza Oliveira Filho, que nasceu em 1952 em Macaparana, cidade do interior de Pernambuco. Artista visual, radicado em São Paulo, realiza sua primeira individual em Recife, em 1970. Maca, para os íntimos, transita entre a pintura, desenho e objetos. Sua produção inicial é fortemente marcada pela cultura nordestina, que ele investiga em seus aspectos formais partindo da figuração até chegar à abstração total. Na década de 1980, o encontro com o neoconcreto Willys de Castro transforma radicalmente sua trajetória, período em que introduz em suas obras elementos da arte concreta/geométrica e utiliza materiais industrializados como o aço, acrílico e poliestireno. Pesquisando e explorando as relações entre cor e espaço, o artista inicia um diálogo intenso com o neoconcretismo em que predominam as retas e formas elementares como o triângulo, o retângulo e o quadrado. A obra de Macaparana, um díptico confeccionado em aço inoxidável, é um desdobramento da série Sara executada sobre papel em homenagem a uma grande amiga. As hastes e esferas que fazem parte desse trabalho são fixadas no chão e na parede, apresentadas em duas situações, na vertical e na horizontal. São retas e círculos, que se projetam no espaço, representando um jardim. Ela estabelece conexões entre o universo plástico do artista e o ambiente circundado pela vegetação. As estruturas duras, rígidas e frias dos objetos ampliam nosso campo de visão e nossa percepção sobre as relações entre arte e natureza. Há uma interação entre o jogo de luzes e sombras, em diferentes situações, proporcionada pela luz natural e artificial.

Sem título (2011), de MacaparanaMuseu Lasar Segall

Sem título (2013), de MacaparanaMuseu Lasar Segall

Sem título (2011), de MacaparanaMuseu Lasar Segall

Sem título (2011), de MacaparanaMuseu Lasar Segall

Gabriela Albergaria

Para comemorar a décima edição do Intervenções foi convidada a artista portuguesa Gabriela Albergaria. No texto de introdução do projeto que apresentou ao Museu, Gabriela relatou a importância de algumas obras de Lasar Segall para sua produção. Ela disse sobre a série Florestas:“Alguns de seus trabalhos me perseguem desde que os vi pela primeira vez. Obras que representam algo da natureza, mas que em um certo ponto vão para além da mera representação. Ultrapassam o referencial e passam a ser algo em si mesmas. Estas peças instalaram-se em mim pela simples razão de que eu própria persigo uma ideia de representação que parte do princípio da observação, mas que num jogo de palimpsesto acaba por se transformar em algo mais”.O trabalho apresentado por Gabriela, intitulado Pinch Pinch Pinch, é composto por 2.500 cubos de argila dispostos sobre uma base de terra batida, assim formando uma espécie de jardim suspenso imerso no piso de pedras portuguesas do próprio jardim do museu. A ideia é a de uma plantação onde tempo e espaço são delimitados e manipulados pela ação da artista. No interior de alguns desses cubos, confeccionados um a um, encontramos sementes de feijão. A terra que compõe a argila é em sua maior parte brasileira, mas também encontramos amostras de terra colombiana, inglesa e portuguesa.O trabalho cria dessa forma uma situação, uma expectativa em torno do que poderá acontecer: As sementes germinarão? A matéria rígida da argila irá se romper? Quem sabe este estado latente, imposto pela artista, faz parte de uma investigação sobre a relação entre homem e natureza. Quem sabe trata-se de uma afirmação das potências regeneradoras da natureza. Neste sentido, como já foi observado em outros trabalhos de Albergaria, há um movimento deliberado de observação das possibilidades da matéria e de suas potencialidades por parte da artista, assim como sua ressignificação.

Créditos: história

Museu Lasar Segall

Diretoria do Museu Lasar Segall

Diretor Emérito: Mauricio Segall

Diretor: Marcelo Monzani


Exposição

Curadoria:
Jorge Schwartz | Marcelo Monzani | Giancarlo Hannud

Design: Ademir Maschio

Créditos: todas as mídias
Em alguns casos, é possível que a história em destaque tenha sido criada por terceiros independentes. Portanto, ela pode não representar as visões das instituições, listadas abaixo, que forneceram o conteúdo.
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