Vida e obra de Athos Bulcão

conheça os principais marcos da biografia e da produção do artista

Primeiros anos

Athos e sua irmã Dalila no Carnaval (1921)Fundação Athos Bulcão

1918

Em 2 de julho, Athos Bulcão nasceu na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal, no bairro do Catete e passou parte de sua infância em uma casa ampla em Teresópolis. 

Athos criançaFundação Athos Bulcão

Athos e seu pai, Fortunato BulcãoFundação Athos Bulcão

Família

Perdeu a mãe, Maria Antonieta da Fonseca Bulcão, de enfisema pulmonar antes dos cinco anos e foi criado com seu pai, Fortunato Bulcão, entusiasta da siderurgia, amigo e sócio de Monteiro Lobato, com o irmão Jayme, 11 anos mais velho, e com suas irmãs adolescentes Mariazinha e Dalila.

Começo nas artes

1939

Deixou o curso de Medicina para dedicar-se à pintura. 

1939

Iniciou o convívio com outros pintores, ficando amigo de Carlos Scliar, Enrico Bianco e Roberto Burle Marx.

Cena de bar - Vermelhinho (1946), de Athos Bulcão/Acervo particularFundação Athos Bulcão

Vermelhinho

Frequentava, juntamente com os amigos, o Vermelhinho, famoso bar na Rua Araújo Porto Alegre, no centro do Rio de Janeiro, onde conviveu com jornalistas, escritores e poetas, artistas, músicos, arquitetos e grupos de intelectuais cariocas.

Sabará (1947), de Athos Bulcão/ Acervo Museu de Arte Murilo Mendes, Universidade Federal de Juiz de ForaFundação Athos Bulcão

Amizade com Murilo Mendes

Em 1940, tornou-se amigo do poeta Murilo Mendes. No ano seguinte, foi selecionado para o Salão Nacional de Belas Artes – Divisão Moderna, no qual obteve Medalha de Prata em desenho e pintura.

1943

Conheceu Oscar Niemeyer, que lhe encomendou projeto para os azulejos externos do Teatro Municipal de Belo Horizonte. A obra ficou inacabada e o painel não foi realizado. No mesmo ano, tornou-se amigo do escritor Lúcio Cardoso.

Ilustração para o conto Julita de Francisco Pereira da Silva (1947-02-16), de Athos Bulcão/ Acervo Biblioteca NacionalFundação Athos Bulcão

1946

Causou grande polêmica crítica – antagonizando com as opiniões de Santa Rosa e Quirino Campofiorito – com sua 2ª exposição individual, realizada na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil. Começou a colaborar como ilustrador para o suplemento Letras e Artes do jornal A Manhã.

Athos Bulcão em Chamonix-Mont-Blanc (1948)Fundação Athos Bulcão

1948

Desenhou o cenário de O Coração Delator, adaptação teatral de Lúcio Cardoso para o conto de Edgar Allan Poe. Obteve bolsa de estudos do governo da França. Seguiu para Paris, onde fez os cursos de desenho da Académie de la Grande Chaumière e de litografia no ateliê de Jean Pons.

Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1949

Recebeu menção honrosa em concurso de desenho na Cité Universitaire. Participou do álbum Dix Artistes de l’Amérique Latine, organizado por Carlos Scliar, editado pela Maison de L’Amérique Latine. Em novembro, retornou ao Rio de Janeiro.

Fotomontagens A prisioneira (1952), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1950

Fez parte do júri do Salão Nacional de Belas Artes, juntamente com Antonio Bento, Augusto Rodrigues, Burle Marx, Gastão Worms, Joaquim Tenreiro, Paulo Werneck, Percy Lau, Santa Rosa e Ubi Bava. Em 1951, Visitou a I Bienal Internacional de São Paulo, que lhe causou grande impacto.

Crianças em Veneza (1952), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1952

Foi admitido como funcionário do então Ministério da Educação e Saúde, no Serviço de Documentação. Desenhou capas e fez ilustrações para revistas, catálogos e para livros, entre eles A Descoberta do Outro, de Gustavo Corção. Realizou suas primeiras fotomontagens.

O duplo (1953)Fundação Athos Bulcão

1953

Intensificou seu trabalho com a arquitetura de interiores, incentivado pela escultora Maria Martins. A convite do diretor Martim Gonçalves, realizou os figurinos da peça Todo Mundo e Ninguém, de Gil Vicente, para O Tablado, grupo de teatro de Maria Clara Machado.

Painel de azulejos, Hospital da Lagoa, Rio de Janeiro - RJ (1955), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1955

Colaborou no projeto de Oscar Niemeyer para o Hospital Sul América, atual Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro, na criação dos azulejos externos.

Painel de azulejos, Hospital da Lagoa, Rio de Janeiro - RJ (1955), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

Croqui de figurino da peça Tio Vânia, de Anton Tchekhov (1955), de Athos Bulcão/ Acervo Memória O TabladoFundação Athos Bulcão

1955

Realizou os figurinos da peça Tio Vânia, de Anton Tchecov, para O Tablado, dirigida por Geraldo Queiróz.

Figurino da peça Tio Vânia, de Anton Tchekhov, montagem de O Tablado (1955), de Athos Bulcão/ Acervo Memória O TabladoFundação Athos Bulcão

Capa da Revista Módulo Número 1 (março de 1955), de Athos Bulcão/ Acervo particularFundação Athos Bulcão

1955

Desenhou capas para as revistas Brasil Arquitetura Contemporânea e Módulo, editada por Oscar Niemeyer, colaborando com esta última até 1957.

Capa do disco As Mãos de Eurídice (1956), de Athos Bulcão/ Acervo particularFundação Athos Bulcão

1956

Desenhou capas de discos produzidos pelo Selo Festa, de Irineu Garcia, entre elas a do monólogo As Mãos de Eurídice, de Pedro Bloch, com Rodolpho Mayer, e das gravações fonográficas dos poetas Vinicius de Moraes e Paulo Mendes Campos.

Mudança para Brasília

1957

A convite de Oscar Niemeyer, foi requisitado do MEC para a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), criada pelo presidente Juscelino Kubitschek. Começou sua colaboração nos projetos de Brasília.

Painel de azulejos, Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, Brasília - DF (1957), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1958

Em agosto, transferiu-se para Brasília com Oscar Niemeyer e sua equipe. Realizou os azulejos da Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima e do Brasília Palace Hotel. Também Ilustrou a capa do livro Cidade Vazia, de Fernando Sabino.

Pintura mural, Brasília Palace Hotel (1958), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1959

Realizou a pintura mural do Brasília Palace Hotel...

Pintura do forro, Capela Nossa Senhora da Conceição, Palácio da Alvorada, Brasília - DF (1959), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1959

e a pintura do teto da Capela do Palácio da Alvorada.

Capa do livro O Encontro Marcado (1956), de Athos Bulcão/ Acervo Biblioteca da UnBFundação Athos Bulcão

1959

No  mesmo ano, ilustrou a capa livro O Encontro Marcado, de Fernando Sabino.

Painel em mármore branco e granito preto, Senado Federal (1960), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1960

Foi inaugurada a nova capital do país, Brasília, onde obras de sua autoria podem ser vistas em diversos edifícios públicos.

Roberto, Athos e João Filgueiras Lima (1998)Fundação Athos Bulcão

1962

 Realizou os primeiros trabalhos de colaboração em projetos do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé.

Encontro comemorativo dos professores que se demitiram em 1965 da Universidade de Brasília (1965)Fundação Athos Bulcão

1963 - 1965

A convite de Darcy Ribeiro, passou a lecionar no Instituto de Artes da Universidade de Brasília, sob coordenação de Alcides da Rocha Miranda. Em 1965, participou do movimento de protesto que culminou na demissão de mais de duzentos professores da Universidade de Brasília.

Athos Bulcão no Teatro Nacional (1967)Fundação Athos Bulcão

1966

Projetou o relevo externo do Teatro Nacional Claudio Santoro, executado em 1967.

Relevo em concreto pintado de branco, Teatro Nacional Cláudio Santoro, Brasília - DF (1966), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

Primeiros trabalhos internacionais

Painel em azulejos da Residência Mondadori, Saint-Jean-Cap-Ferrat, France Painel em azulejos da Residência Mondadori, Saint-Jean-Cap-Ferrat, France (1972), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1971

Em junho, foi para Paris, a convite de Oscar Niemeyer, com quem trabalhou em projetos na França, Itália e Argélia. Retornou ao Brasil em dezembro.

Painel em azulejos da Editora Mondadori, Milão, Itália Painel em azulejos da Editora Mondadori, Milão, Itália (1971), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

Painel em azulejos da Editora Mondadori, Milão, Itália Painel em azulejos da Editora Mondadori, Milão, Itália (1971), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1973 - 1974

Em 1973, voltou a Paris, outra vez a chamado de Oscar Niemeyer, ali residindo de março a dezembro. No ano seguinte, um catálogo sobre sua obra de integração da arte com a arquitetura foi editado em Genebra, Suíça, com projeto gráfico de Jean Petit, pela Éditions Rousseau.

De volta ao Brasil

Athos orientando funcionários na colocação dos azulejos do hospital da Rede Sarah (1982)Fundação Athos Bulcão

1975

Intensificou sua colaboração com o arquiteto João Filgueiras Lima, por meio de inúmeros projetos para o Hospital Sarah Kubitschek, especializado em recuperação motora.

Athos orientando funcionários na colocação dos azulejos do hospital da Rede Sarah (1982)Fundação Athos Bulcão

Trajes para a ópera ‘Amahl e os visitantes da noite’ de Gian Carlo Menotti. (1978)Fundação Athos Bulcão

1978

Desenhou os figurinos e objetos de cena da ópera "Ahmal e os Visitantes da Noite", de Gian Carlo Menotti, coordenada por Asta-Rose Alcaide e com cenários de Giselle Magalhães.

Trajes para a ópera ‘Amahl e os visitantes da noite’ de Gian Carlo Menotti. (1978)Fundação Athos Bulcão

Athos em seu apartamento (1979)Fundação Athos Bulcão

1979

Intensificou sua participação em exposições coletivas e individuais, no Brasil e no exterior.

Sem título (1982), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

1992

Criada a Fundação Athos Bulcão, para preservar e divulgar a obra do artista plástico. A instituição também conserva em seu acervo uma grande coleção de trabalhos doados pelo artista.

Marianne Peretti, José Aparecido, Chico Buarque de Holanda, Athos Bulcão, Joaquim Vaz de Mesquita, Oscar Niemeyer e Dante de Oliveira (1984)Fundação Athos Bulcão

1984

Por meio de assinatura de manifestos, doações de obras para leilões e declarações públicas, participou ativamente dos movimentos civis pela volta das liberdades democráticas ao país.

Ruth Cardoso, Fernando Henrique Cardoso, Antônio Carlos Magalhães, Franco Montoro e Athos Bulcão (1999)Fundação Athos Bulcão

1999

A Universidade de Brasília concedeu-lhe o título de Doutor Honoris Causa em 20 de janeiro. Foi condecorado como Comendador da Ordem de Rio Branco pelo Presidente da República. Também recebeu a Honra ao Mérito do Rotary Club Brasília Alvorada.

Relevo em madeira no biblioteca do Ministério da Saúde (2002)Fundação Athos Bulcão

2002

Realizou, em Brasília, o painel em madeira laqueada da Biblioteca do Ministério da Saúde e o painel decorativo para o saguão de entrada do Edifício Libertas.

Marco Aurélio Costa, Mônica Pinto, Kakay e Athos Bulcão (2007)Fundação Athos Bulcão

2006 - 2007

Foi promovido a Grande Oficial da Ordem de Rio Branco. Em 2007, compareceu à inauguração do painel do restaurante Piantella, uma reprodução do relevo da Sede Social do Clube do Congresso, que foi demolido.

Pintura mural, Brasília Palace Hotel (1958), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

2007

 
Compareceu à reinauguração do painel em azulejos e a pintura mural do Brasília Palace Hotel, de sua autoria, que foram destruídos em 1978 após o incêndio que deixou o edifício em ruínas.

Athos Bulcão na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima (1998)Fundação Athos Bulcão

2008

Morreu aos 90 anos, no dia 31 de julho de 2008, no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília. Estava em tratamento contra o Mal de Parkinson e faleceu após uma parada cardiorrespiratória.

Painel de azulejos, Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, Brasília - DF (1957), de Athos BulcãoFundação Athos Bulcão

2008

Athos Bulcão foi condecorado, pela segunda vez, com a Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República. O Ministério da Cultura rendeu-lhe homenagem na classe Grão-Cruz, in memoriam.

Oficina recriando Athos (2009)Fundação Athos Bulcão

2009

Realizou-se a exposição Athos Bulcão – Compositor de Espaços, no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, a primeira em sua homenagem in memoriam. Sua obra é inserida como conteúdo obrigatório das séries iniciais do Ensino Fundamental no Distrito Federal.

Estudantes da Escola Classe 111 de Samambaia (2009)Fundação Athos Bulcão

2009

Pelo decreto n. 31.067, de 23 de novembro, é tombado o conjunto de sua obra em Brasília.    

Exposição 100 anos de Athos Bulcão (2018)Fundação Athos Bulcão

2018

Em comemoração ao centenário de nascimento do artista, é realizada a mostra 100 Anos de Athos Bulcão,  que apresenta mais de 300 trabalhos e abrange não apenas seu trabalho em azulejaria, mas também toda sua múltipla produção artística.

Créditos: história

www.fundathos.org.br
Curadoria de textos e imagens: Vitor Borysow

Catálogo da Exposição 100 Anos de Athos Bulcão. Centro Cultural Banco do Brasil, 2018-2019.   

Créditos: todas as mídias
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