Exposição temporária "O Ateliê de Brecheret" (2022), de Museu CataventoMuseu Catavento
Exposição "O Ateliê de Brecheret"
Neste exato local no Palácio das Indústrias trabalhou o escultor Victor Brecheret, que também serviu para a realização de importantes obras.
100 anos depois estamos aqui comemorando a Semana de Arte Moderna de 1922, celebrando esse importantíssimo artista.
A Exposição Temporária foi instalada na Sala Multiuso no piso superior do Palácio das Indústrias, sede do Museu Catavento que no início do século XX, foi o Ateliê de Victor Brecheret.
A partir da Exposição temporária, convidamos você a conhecer mais sobre a Vida e a Obra de Vitor Brecheret aqui nessa exposição Virtual.
Ilustração de Victor Brecheret na Infância em São Paulo (2022)Museu Catavento
Infância e vocação para escultura
Victor Brecheret nasceu em Farnese na Itália, em 1894, e emigrou para a cidade de São Paulo em 1904, acompanhado de seus tios e de sua irmã. Desde criança, expressava dotes artísticos, utilizando barro para criar pequenas esculturas.
Teve como primeira inspiração o artista Auguste Rodin, ao encontrar uma revista sobre suas obras.
Oficina de Serralheria do Liceu de Artes e Oficios de São Paulo., de DesconhecidoMuseu Catavento
Formação Paulista
Em 1912 Brecheret ingressa no Liceu de Artes e Ofícios, uma escola gratuita profissionalizante, chefiada por Ramos de Azevedo, para capacitar jovens artesãos e profissionais para os setores da construção e do comércio.
Destaque como escultor na Europa
Em 1913, Brecheret retornou à Itália, onde teve contato com artistas de
vanguarda e se aproximou do trabalho de Auguste Rodin e de Mestrovic, onde observou as tendências nacionalistas que viriam a influenciar suas obras, principalmente a maior delas, o Monumento às Bandeiras.
Nessa fase, Brecheret obteve muito reconhecimento na Europa e até mesmo no Brasil, tendo o seu primeiro trabalho premiado no ano de 1918 na Exposição de Belas Artes de Roma, a obra Despertar.
Brecheret no Palácio das Indústrias
Ao voltar para o Brasil, Brecheret montou seu ateliê no
Palácio das Indústrias (atual sede Museu Catavento) em um espaço cedido por Ramos de Azevedo, onde produziu várias de suas obras enquanto o edifício
ainda estava em construção.
Palácio das Indústrias (aproximadamente 1922), de DesconhecidoMuseu Catavento
Palácio das Indústrias, Ateliê de Brecheret.
Ramos de Azevedo também foi o arquiteto responsável pela construção do Palácio das Indústrias, juntamente com o professor do Liceu, o italiano Domiziano Rossi. Essas duas figuras foram essenciais para o desenvolvimento futuro de Brecheret.
Brecheret entra para o grupo de jovens modernistas.
Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Di Cavalcanti e Vitor Brecheret no Palácio das Indústrias.
Ilustração Modernistas no Ateliê de Brecheret (2022)Museu Catavento
O escultor do "Espírito Novo"
Essa ilustração resgata o momento em que os modernistas visitam o Ateliê de Brecheret no Palacio das Indústrias e ficam admirados com o seu trabalho, ressaltando que ele possuia o "Espirito Novo" próprio do movimento que eles pertenciam.
A Semana de Arte Moderna de 22
Entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, diversos artistas da vanguarda expuseram seus trabalhos no Theatro Municipal de São Paulo. A Semana de 22 foi o momento de consolidação do movimento modernista.
A Semana de Arte Moderna de 22
A partir de então iniciou-se um movimento que, apesar de impulsionado por influências europeias,
propunha a busca por uma arte genuinamente brasileira através
de uma renovação da linguagem artística e ruptura com o tradicional, prezando pelo novo.
Retrato de Victor Brecheret, de DesconhecidoMuseu Catavento
Brecheret e a Semana de 22
Embora não estivesse presente na Semana de 22, participou como um dos estandartes do Modernismo, expondo, além de desenhos, um total de doze esculturas. Algumas delas são.
Obras do Victor Brecheret expostas na Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo.
A influência de Brecheret
Brecheret influenciou e foi muito influenciado pelos modernistas. Nesta cena vemos Menotti Del Picchia comunicando-se com gestos eloquentes o movimento de "entradas" e "bandeiras", inspirando Brecheret na sua mais famosa escultura.
MAQUETE DO MONUMENTO ÀS BANDEIRAS (1920), de Victor BrecheretMuseu Catavento
Um grande monumento
A maquete da primeira versão do Monumento às Bandeiras foi exposta na casa Byngton, em 1920, em busca de patrocínio para sua execução definitiva. No entanto, naquele contexto não obteve adesão suficiente, dando inicio a uma saga que duraria 33 anos até sua realização de fato.
A fase parisiense
Entre idas e vindas do Brasil à França, Brecheret estabeleceu-se como um artista reconhecido nacional e internacionalmente. O contato com as exposições, artistas e obras do mundo cultural parisiense dos anos 20 provocou mudanças na sua arte, influenciado pelo Cubismo e Art Déco.
Obras que marcam a fase parisiense do Victor Brecheret.
MONUMENTO AS BANDEIRAS (1920/1953), de Victor BrecheretMuseu Catavento
O retorno definitivo ao Brasil e à arte contemporânea
O Monumento às Bandeiras foi a grande obra de Brecheret, visava recuperar o orgulho paulista, abalado pela Revolução de 32. Por questões políticas e econômicas, a construção foi extremamente morosa, levando o artista a se fixar no Brasil.
Detalhe do Monumento às Bandeiras (1920/1953), de Victor BrecheretMuseu Catavento
O retorno definitivo ao Brasil e à arte contemporânea.
A escultura em homenagem aos paulistas causou estranhamento ao apresentar bandeirantes anônimos, nus e das diferentes raças que deram origem aos brasileiros.
Na chamada fase das "Pedras" Brecheret ultrapassa os limites de sua bagagem europeia e figurativa. O amadurecimento de sua arte veio com encantamento pela simplicidade, em entalhes nos seixos rolados pelo mar e recolhidos por ele mesmo na Praia de São Vicente. Na temática indígena, Brecheret define a orientação de sua obra, pelo uso de terracota e poucas incisões. Nos últimos anos da sua produção artística Brecheret realçou a forma orgânica, abrindo caminhos para a arte contemporânea brasileira.
Brecheret e seu filho
Praia das Vacas em São Vicente/SP. Local onde o artista costumava recolher as pedras para suas esculturas.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
RODRIGO GARCIA - Governador do Estado
SÉRGIO SÁ LEITÃO - Secretário de Cultura e Economia Criativa
ROGÉRIO CUSTÓDIO DE OLIVEIRA - Secretário Executivo de Cultura e Economia Criativa
FREDERICO MASCARENHAS - Chefe de Gabinete de Cultura e Economia Criativa
PAULA PAIVA FERREIRA - Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico
CATAVENTO CULTURAL E EDUCACIONAL
Conselho de Administração
Presidente - Sergio Silva de Freitas
Diretor Executivo - Sebastião Alberto de Lima
Diretora Financeira - Gisele Regina da Silva
EXPOSIÇÃO VIRTUAL - O Ateliê de Brecheret
Curadoria, Expografia e Educativo - Ricardo Pisanelli, Ana Lima, Fabio Oliveira, Kaique Bezerra e Marília Virgílio
Design Gráfico - Jaime Francisco Vilibor e Marcos Sussumo Murata
Projeto Virtual - Núcleo de Audiovisual do Museu Catavento
Pesquisa e Acervo - Instituto Victor Brecheret
Agradecimentos ao Instituto Victor Brecheret que viabilizou esta exposição.
São Paulo, Agosto de 2022.