O que o Cerrado tem...

A grandiosidade do Cerrado se traduz por sua biodiversidade: é a savana mais biodiversa do mundo, e sua gente, guardiões desta biodiversidade!

Pata da Onça na Toca Onça, de Kenia de Aguiar RibeiroMuseu do Cerrado

O que é que o Cerrado tem para ver?

Pinturas rupestres mostrando numerosas evidências humanas de 11.000 anos de antiguidade, museus e monumentos históricos, belezas naturais inacreditáveis nas suas paisagens, especialmente suas chapadas e chapadões que são um espetáculo único...

Cachoeira Almácega (Chapada dos Veadeiros), de Bruno CorrêaMuseu do Cerrado

...igual às suas cascatas, cachoeiras e corredeiras; seus “buracos de araras”; suas veredas de buritis; seus rios de água cristalina e seus grandes rios piscosos e navegáveis, rodeados por rochas que datam de milhares de anos.

Fazenda às margens da ESECAE (2021), de Bruno CorrêaMuseu do Cerrado

Os impactos ambientais do desmatamento que o Cerrado vem sofrendo nas últimas décadas afetam a biodiversidade e os recursos básicos para a vida, como o fornecimento de água e a segurança alimentar...

Associação Veredas da Felicidade, de Amanda AlvesMuseu do Cerrado

...além de ameaçar os povos e comunidades tradicionais, os guardiões da biodiversidade e das águas do Cerrado, que vivem e dependem do bioma. A memória coletiva são patrimônios históricos e socioculturais, fruto da convivência e cuidado dos povos com o Cerrado.

Abrangência do Cerrado no Brasil (2019), de Museu do CerradoMuseu do Cerrado

Você conhece o Cerrado?

O Cerrado conecta quatro dos cinco biomas do Brasil e está em 14 estados brasileiros e o Distrito Federal.

Preguiça Gigante - Eremotherium laurillardi (2021), de Rodolfo NogueiraMuseu do Cerrado

Assim era no Princípio

O Cerrado é um dos biomas mais antigos e biodiversos do mundo. Começou a se formar no período Cenozoico há pelo menos 40 milhões de anos. Naquela época ainda existiam nos chapadões centrais os elefantes, conhecidos como o Haplomaston; preguiças gigantes, conhecidas como Eremotherium; tatus gigantes, conhecidos como Gliptodontes e tantos outros gigantes que compunham a megafauna da América do Sul.

Homem da Serra do Cafezal em Serranópolis, Goiás; popularmente conhecido como Zé Gabiroba, de Altair BarbosaMuseu do Cerrado

Uma incrível jornada humana

Os primeiros ancestrais das populações indígenas que hoje ainda habitam a área do cerrado chegaram a estas regiões por volta de 11.000 anos Antes do Presente. Vieram através de migrações de levas sucessivas em épocas diferentes e muitas dessas levas tinham  parentesco genético e cultural.

Cerrado é uma floresta de ponta cabeça

O Cerrado é como uma floresta ao contrário, suas árvores são como uma "esponja gigante". As raízes são profundas, maiores que as copas, o que permite que as árvores frutifiquem e se reproduzam, mesmo durante a seca. As raízes são responsáveis por absorver a água da chuva e depositá- la em reservas subterrâneas, chamados de aquíferos.

Cerrado é floresta de ponta cabeça, de @arvoreeaguaMuseu do Cerrado

Cerrado é a caixa d’água do país

O Cerrado funciona como uma grande caixa d'água, por conta dos seus inúmeros rios, aquíferos e nascentes, absorvendo e distribuindo água para todos os biomas brasileiros. As plantas do Cerrado possuem um sistema radicular extremamente profundo e complexo, muito eficiente na absorção das águas pluviais.

Cerrado, Caixa D'água do Brasil, de Evandro AlvesMuseu do Cerrado

Rios na ESECAE (2021), de Bruno CorrêaMuseu do Cerrado

Cerrado é o berço das águas do Brasil

Das 12 bacias hidrográficas do Brasil, oito nascem nessa região do país, entre elas, as  maiores da América do Sul – Amazônica, São Francisco e Prata. Devido  a sua geografia de planaltos na porção central no Brasil, o bioma é uma  das mais importantes fontes de água para o país com um total de 131.991 nascentes.

Biodiversidade do Cerrado, de Marcelo KuhlmannMuseu do Cerrado

Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil

Com a mais rica flora e fauna entre as savanas mundiais e alto grau de endemismo, o Cerrado tem um papel essencial para a conservação da biodiversidade e regulação do clima mundial. Ao abrigar 5% de todas as espécies no mundo e 30% das espécies do país, o bioma é importante sumidouro e reserva de carbono global.

As diferentes formas de ser Cerrado

Nem só de árvores tortas vive o Cerrado que é um mosaico de paisagens florestais, savânicas e campestres que se manifesta em uma grande variedade de cactos, bromélias, orquídeas, gramíneas, trepadeiras, árvores, arbustos e palmeiras. De um total de mais de 46 mil espécies vegetais no Brasil, 13.566 estão no domínio do Cerrado.

Fitofisionomias do Bioma Cerrado, de Embrapa CerradoMuseu do Cerrado

Sem bicho, o Cerrado morre.

A germinação do araticum ocorre somente após o fruto passar pelo intestino delgado de algum canídeo nativo do Cerrado como o lobo-guará, o cachorro-do-mato ou a raposa campestre que espalham suas sementes por onde passam ao defecar e isso impacta diretamente na preservação de espécies vegetais.

Fauna do Cerrado (2019), de Cristina CarvalhoMuseu do Cerrado

Morceguinho do Cerrado, de Wendel SilvaMuseu do Cerrado

O Pequi depende da polinização por morcegos

O pequi depende da polinização das abelhas, dos beija- flores e, principalmente, dos morcegos. Os frutos são dispersos por morcegos e por mamíferos terrestres, como o lobo-guará ou as antas. Sem os animais, não teríamos pequi pra comer uma galinhada ou arroz com pequi.

Fogo no Cerrado, de Humberto LúcioMuseu do Cerrado

O fogo tem importância ecológica e social no Cerrado

O uso tradicional do fogo é fundamental no manejo de áreas produtivas, favorecendo a rebrota de várias espécies como o capim dourado mas os incêndios florestais provocados causam a devastação ambiental, ao mesmo tempo, ameaça os povos e comunidades de seus  territórios de vida.

O Cerrado é uma farmácia

O Cerrado possui mais de 600 espécies medicinais catalogadas. A rica biodiversidade do Cerrado oferece raízes, cascas, óleos e folhas que são transformados em xaropes, pomadas, cremes, sabonetes, balas, pílulas, chás, óleos, tinturas e garrafadas (mistura com bebida alcoólica) que há séculos são manipulados pelos povos indígenas e comunidades tradicionais para o tratamento e cura de várias enfermidades.

Plantas Medicinais do Cerrado: 12 espécies (2020), de Instituto Brasília AmbientalMuseu do Cerrado

Povo Indígena Kirikati - Maranhão, de Pepyaká KrikatiMuseu do Cerrado

Povos indígenas, uma enciclopédia viva

A ciência dos povos Jê e Tupi-Guarani sobre o território Cerrado foi construída em paisagens diversas em profunda conexão com a sociobiodiversidade local, o que tem permitido a proteção do patrimônio material e imaterial do Cerrado.

Comunidade Tradicional de Fundo e Fecho de Pasto Tarto em CorrentinaMuseu do Cerrado

As comunidades tradicionais são guardiãs da biodiversidade

A diversidade cultural no Cerrado se espalha em muitas comunidades de quilombolas, apanhadoras de flores sempre-vivas, geraizeiros, quebradores de coco babaçu, vazanteiros, ribeirinhos, pescadores artesanais, barranqueiros, fundo e fecho de pasto, ciganos, entre tantos outros. Eles têm defendido as matas nativas, as águas, os  bichos e a biodiversidade com seus próprios corpos.

Cerrado, sob ameaça


A conversão generalizada das terras para a agricultura degradou e enfraqueceu ecossistemas que antes eram resistentes, facilitou o alastramento de capins africanos invasores introduzidos para alimentar o gado, reduziu o potencial de sequestro de carbono do bioma e diminuiu a disponibilidade e a qualidade da água não só na savana, mas também nas grandes cidades brasileiras que dependem dos aquíferos do Cerrado.

Grandes ameaças ao Cerrado, de Museu do CerradoMuseu do Cerrado

Berço das águas em perigo, de @arvoreeaguaMuseu do Cerrado

Desmatamento no Cerrado pode fazer faltar água, de @arvoreeaguaMuseu do Cerrado

O Desmatamento no Cerrado pode fazer faltar água no Brasil!

A vegetação nativa está sendo cortada, derrubada e incendiada e os sistemas de raízes subterrâneas são arrancados e queimados para abrir caminho para o gado, a cana-de-açúcar, o eucalipto, a soja e o algodão. Com a substituição da vegetação nativa por pasto para gado e plantação de soja, os aquíferos não recebem água e deixam de abastecer as diversas nascentes que abastecem as bacias hidrográficas brasileiras.

O Cerrado precisa ficar de pé

É preciso manter o Cerrado em pé porque nas suas paisagens vibra patrimônios ambientais, históricos e socioculturais, fruto da convivência e cuidado dos povos tradicionais com o Cerrado, ao mesmo tempo que ele é insubstituível para a distribuição de água no Brasil.

Cerrado em Pé, de Instituto Sociedade, População e Natureza e Cerrado VivoMuseu do Cerrado

Créditos: história

Museu do Cerrado
Curadoria: Rosângela Corrêa
Editor de Conteúdo:  Caio Benevenuto Romão

Créditos: todas as mídias
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