Os sons de Braga - Parte I

Os instrumentos, a arte popular e os ritmos da cidade portuguesa de origem medieval

Fachada do Museu dos Cordofones (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Braga é uma cidade que possui uma vasta tradição e que ao mesmo tempo abriga uma população jovem e de múltiplas origens. A música é uma das áreas artísticas de maior impacto e representação, através do ensino, do número de bandas e agrupamentos musicais, festivais, da origem de instrumentos musicais.

Exibimos nesta primeira parte de 'Os sons de Braga' o Museu dos Cordofones, localizado em Tebosa, pequena localidade do concelho de Braga, uma referência mundial na produção artesanal de instrumentos de corda típicos da região como as violas braguesas, cavaquinhos, beiroas, guitarras. Domingos Machado, responsável pela criação da oficina e do museu, é considerado o “rei do Cavaquinho”, pela projeção internacional que ganhou no fabrico das cordas tradicionais.

Mesa de trabalho (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Foi na oficina que Domingos Machado começou a fabricar os seus primeiros instrumentos com seu pai. Com rigor técnico, Machado trabalhava horas por dia para produzir e depois seu pai vender cavaquinhos e violas braguesas em feiras.

Guitarras esquecidas (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Com o passar dos anos, Machado foi colecionando os inúmeros instrumentos que passavam pela oficina. Cada viola possui sua história. Nesta sala, o violino no canto superior direito foi esquecido por um oficial do exército que levou um tiro numa perna na Angola e serviu as tropas da Revolução de 25 de abril. Ele deixou o instrumento desde o fim da Revolução e não voltou para buscá-lo.

Machado é conhecido como 'rei do cavaquinho' (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Machado começou a ganhar fama internacionalmente pelo fabrico dos instrumentos e ficou conhecido como “rei do cavaquinho”. Ele conta um pouco da história do instrumento de Braga que foi levado para Madeira (Braguinha), Brasil, Cabo Verde e Havaí (Ukulele).

Machado e o cavaquinho (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Além da construção e reparação dos instrumentos de corda, Machado foi aprendendo a tocar através do som e não conhecia as notas. Ele executa o cavaquinho de origem de Braga, mesmo modelo que fez ao ex-Beatle, o guitarrista George Harrison. Outros grandes nomes da música de corda também passaram por lá, Amália Rodrigues, Donovan, António Chainho, Paulinho da Viola, Roberto Corrêa, entre outros.

Peças da coleção (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

A coleção

Em 1995, ele cria o museu com três salas de exposição. Hoje, possui um acervo de mais de 100 instrumentos. Nesta sala é possível acompanhar as fases de construção de um cavaquinho.

Cavaquinho (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

A construção do instrumento em etapas.

Violas típicas portuguesas (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Domingos mostra violas típicas portuguesas, como as Violas Braguesas Requintinha, a Requinta e a Normal. Há ainda, no Minho, a Viola Amarantina, com dois corações.

Guitarras clássicas (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Nesta sala estão as guitarras clássicas. Aqui há guitarras de fados do Porto, de Coimbra e de Lisboa (as quatro últimas da esquerda para direita).

Algumas violas clássicas (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

É possível ver no espaço Violas Clássicas, a Viola Baixo, a Viola de Ritmo de 12 cordas, as Violas de Fado e Banjos.

Cordofones oferecidos ao Museu (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Domingos possui ainda uma área de cordofones que lhes foram oferecidos. Há instrumentos como a Kora da África, a Cítara e a Dilruba da Índia e outros.

Réplicas de instrumentos (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

Há réplicas da Viola Barroca, da primeira guitarra portuguesa e do Dulcimer usado na Idade Média em Portugal, construídos por Machado a partir de projetos que lhe foram levados.

Documentos do museu (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

O museu também abriga uma série de documentos em papel e digital com dissertações de mestrado e teses de doutoramento, CDs, onde se faz presente toda a história e o legado de Domingos Machado no mundo das cordas.

Domingos Machado (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

“É sempre bom aprender a tocar um instrumento. Se tiverem a sorte de chegarem a terceira idade, é uma das coisas que ajudam a passar o tempo. Devemos manter a atividade enquanto pudermos. É uma mensagem que digo aos jovens que passam por aqui”, afirma o “rei do cavaquinho” de Braga.

Violino no atelier (21th Century), de Tatiane RodriguesMuseu Virtual da Lusofonia

A oficina de instrumentos de Domingos Machado mantém-se em pleno funcionamento, recebendo músicos, visitantes diariamente e é conduzida pelo filho, Alfredo Machado.

Créditos: história

Curadoria: Tatiane Oliveira
Imagens e vídeos: Tatiane Oliveira

Créditos: todas as mídias
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