Escola Básica de Sá (2024) de Cátia Oliveira e João Oliveira/ 6AFaculdade de Letras da Universidade do Porto
A colaboração entre o Doutoramento em Estudos do Património (FLUP) e o Agrupamento de Escolas Sophia de Mello Breyner (Gaia) pretende ilustrar uma tendência contemporânea na promoção da educação para o património.
Através de uma abordagem interativa e educativa, que reconhece a escola como uma comunidade de aprendizagem, este projeto procura sublinhar a importância do conhecimento da diversidade patrimonial e a sua relevância na construção da identidade local.
Um vasto universo a explorar e preservar.
Esta exposição apresenta o mapeamento dos elementos da paisagem cultural de Arcozelo (Vila Nova de Gaia) realizado pelos alunos, destacando a interligação entre a realidade costeira e rural, contextualizando o seu significado histórico, social e cultural.
Com o intuito de ampliar as potencialidades da exposição e dar continuidade ao trabalho desenvolvido em parceria com o Agrupamento Escolar foram, nas legendas de algumas imagens, incluídas breves informações, que remetem para as Fichas de Inventário do Plano Diretor Municipal. Esta inclusão tem como propósito complementar as informações disponíveis e difundir um conjunto de ferramentas úteis para o mapeamento desses elementos. Adicionalmente, considerando a diversidade de bens culturais presentes neste trabalho, incluindo os imateriais, encontram-se ao longo do texto, sempre que oportuno, hiperligações com intuito de complementar a narrativa em torno do património cultural, proporcionando uma experiência mais completa.
Desenho da Antiga Igreja Paroquial de Arcozelo (2024) de Cátia Oliveira e Leonor Vieira/ 6BFaculdade de Letras da Universidade do Porto
Lançado o desafio, a maioria dos elementos patrimoniais identificados foram predominantemente de cariz arquitetónico, e em especial os de natureza religiosa.
Desenho da Nova Igreja Matriz de Arcozelo (2024) de Cátia Oliveira e João Mena/ 6CFaculdade de Letras da Universidade do Porto
Devemos, no entanto, destacar a transversalidade cronológica e tipológica, abarcando diversas linguagens construtivas.
Desenho do Jazigo e Museu D. Maria Adelaide (2024) de Cátia Oliveira e Duarte Vicente/ 6BFaculdade de Letras da Universidade do Porto
A partir deste mapeamento podemos lançar uma análise do espaço urbano, promovendo uma reflexão crítica sobre a gestão do património arquitetónico e cultural.
O caso da Capela de Santa Maria Adelaide, venerada pela comunidade, mas não reconhecida pelo Vaticano, suscita discussões sobre a preservação da identidade e memória coletivas.
Conjunto de desenhos da Capela do Sr. da Pedra (2024) de Cátia Oliveira, Dalila Lima/ 6A, Dinis Ferreira/ 6A, Francisco Reis/ 6A, Leonor Lemos/ 6A, Manuel Ruivo/ 6A, Maria Francisca/ 6A, Maria Silva/ 6A, Matilde Ribeiro/ 6A, Sofia Oliveira/ 6A, Sofia Silva/ 6A, Tiago Veiga/ 6A, Cecília Oliveira/ 6B, Mafalda Santos/ 6B, Rita Pontes/ 6B e Marta Gomes/6CFaculdade de Letras da Universidade do Porto
Por ter sido recorrentemente referida pelos alunos, inclui-se a Capela do Senhor da Pedra, embora localizada na freguesia limítrofe, salientando que os valores patrimoniais se constroem através de interligações e significados simbólicos que transcendem limites físicos.
Estação Ferroviária da Granja (2024) de Cátia OliveiraFaculdade de Letras da Universidade do Porto
O lugar da Granja divide-se entre as freguesias de Arcozelo e São Félix da Marinha. A relação histórica entre estas freguesias é crucial. A linha de caminho de ferro foi fundamental para a evolução dos dois territórios, contribuindo para a elitização da Granja.
Desenho da Estação Ferroviária da Granja (2024) de Cátia Oliveira e Gustavo Batalha/ 6AFaculdade de Letras da Universidade do Porto
“A estação ferroviária da Granja, inserida na zona urbana do Porto, possui um elevado valor patrimonial e arquitetónico, sendo as paredes do edifício revestidas, parcialmente, por azulejos figurativos e padrão de valor estético, cultural e histórico (...).” (IP Património)
Desenho do edifício da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Aguda (2024) de Cátia Oliveira e Matilde Canhola/ 6CFaculdade de Letras da Universidade do Porto
O ciclo arquitetónico é concluído pelo Edifício da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Aguda. Além da sua imponente presença, é essencial na integração com a comunidade piscatória da Aguda.
Esta ligação é reforçada pela participação nas festividades da comunidade, onde, além de acolher os andores, a corporação participa na procissão, protagonizando a bênção final, na qual se entoam as sirenes, gerando um património auditivo.
O desenho do gradeamento e do portão em ferro da Quinta da Camarinha ilustra a compreensão do valor patrimonial das artes aplicadas e da interligação entre os valores artístico e histórico. A sua seleção é significativa, pois possibilita abordar a transformação destes espaços rurais para usos contemporâneos.
Desenho do chafariz da Maria da Fonte (2024) de Cátia Oliveira e Noemi Souza/ 6CFaculdade de Letras da Universidade do Porto
“O chafariz está situado no Largo da Igreja. Tem uma escultura, em bronze, da autoria do escultor Henrique Moreira. A obra simboliza a figura de uma mulher do povo com um cântaro.” (Joana Ferreira, 6º B)
Desenho da Estação Litoral da Aguda (2024) de Cátia Oliveira e Guilherme Teixeira/ JIFaculdade de Letras da Universidade do Porto
O nível de detalhe, evidenciado em alguns desenhos, demonstra que as crianças estão atentas aos pormenores, desde que lhes sejam fornecidas as ferramentas, bem como as experiências adequadas para direcionar o olhar.
Desenho da Lota da Aguda (2024) de Cátia Oliveira e Lara Moreira/ JIFaculdade de Letras da Universidade do Porto
“(...) uma consciência histórica e inscreve-nos como parte de uma tarefa infinita que recebemos como herança e que devemos renovar para o futuro.” (Manifesto do Plano Nacional das Artes)
Desenho do leilão no interior da Lota da Aguda (2024) de Cátia Oliveira e Noah Barros/ JIFaculdade de Letras da Universidade do Porto
Partindo da abordagem educativa proposta pelo Manifesto do Plano Nacional das Artes, pretendemos sensibilizar a comunidade escolar a reconhecer e preservar o património cultural local, estabelecendo vínculos com o território, conscientes da diversidade cultural.
Desenho da Praia da Aguda (2024) de Cátia Oliveira, Duarte Soares/ 5D, Inês Rei/ 5D e Miguel Borges/5DFaculdade de Letras da Universidade do Porto
A área litoral da freguesia caracteriza-se pelo seu núcleo de pesca artesanal.
Este é provavelmente um dos locais do mapeamento que agrega um conjunto variado de bens culturais, materiais e imateriais, resultado das práticas profissionais, mas também das relações que se estabelecem dentro e fora da comunidade.
Desenho do transporte dos aparelhos de pesca pelos pescadores, Praia da Aguda (2024) de Cátia Oliveira e Rosário Pinto/ JIFaculdade de Letras da Universidade do Porto
“Educar para a cidadania, para a transformação social, para o bem-estar coletivo, é impossível se a educação não abarcar a dimensão artística e patrimonial.” (Manifesto do Plano Nacional das Artes)
COORDENADORES DA EXPOSIÇÃO, COMISSÃO CIENTÍFICA E CURADORIA: Cátia Oliveira (CITCEM-FLUP), Diana Felícia (CITCEM-FLUP), Paula Reigoto (AESMB), Pilar Carvalho (AESMB) & Maria Leonor Botelho (FLUP/CITCEM).
TEXTOS: Cátia Oliveira & Pilar Carvalho.
CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS: Cátia Oliveira, João Marçal, Lurdes Natário & Sílvia Couto.
PRODUÇÃO DE IMAGEM: Cátia Oliveira.
PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO: Cátia Oliveira & Diana Felícia.
TRADUÇÃO: Bergen Peck [Esta tradução é financiada por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do projeto UIDB/04059/2020].
APOIOS: FCT (SFRH/BD/144549/2019); CITCEM (UIDB/04059/2020); Agrupamento de Escolas Sophia de Mello Breyner.