Ao longo de 91 anos, mais de 2,5 milhões de pessoas passaram pela Hospedaria de Imigrantes do Brás. Vidas marcadas pelo movimento, por fronteiras cruzadas e histórias reconstruídas. Trajetórias registradas e preservadas em documentos de controle, que hoje se tornam suporte para tantas memórias. Papéis que registraram, por vezes, mais do que se propunham originalmente e hoje são consultados por quem busca conhecer sua própria história.
Página 70 do Livro de Matrícula 03B (1909-10-04), de Hospedaria de Imigrantes do Brás e 1090Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Há certo poder nos documentos
O poder de informar e atestar, mas
também de encurtar distâncias e de emocionar.
A Hospedaria de Imigrantes nos
legou uma rica e variada documentação que registrou a igualmente complexa
dinâmica migratória no estado de São Paulo. E do esforço compartilhado com o
Arquivo Público do Estado de São Paulo, que hoje salvaguarda fisicamente esses
documentos, nasceu o Acervo Digital do
Museu da Imigração, plataforma online que disponibiliza cópias digitalizadas de
parte desse material.
Todos os meses, cerca de 50 mil
pessoas acessam esse Acervo. Com tantas pessoas procurando e
analisando essa documentação, é cada vez mais importante conhecê-la melhor e
entender aspectos de sua produção, razão de ser desta exposição virtual.
Agora, façamos um exercício de
imaginação: após a viagem de navio, uma família chega à cidade de São Paulo e
antes de se dirigir ao seu destino final, encontra na Hospedaria de Imigrantes
um espaço de acolhida e de possibilidades de encontrar um novo trabalho. Anotar
todo esse percurso, registrando os nomes de cada uma das pessoas e outros dados
referentes a elas, conferindo com as listas de bordo que as acompanhavam na
subida do porto de Santos à capital era uma das tarefas principais dos
escriturários da Hospedaria. Essas pessoas recém chegadas carregavam
consigo não só a esperança de uma vida melhor, mas também correspondências,
passagens, passaportes. Mais tarde, escreveriam ainda requerimentos com as mais
variadas solicitações, que se somariam a esses primeiros documentos de controle
feitos na Hospedaria.São os registros de todos esses
momentos - imaginados por nós, mas vivenciados por milhões de pessoas - que
compõem hoje o Acervo Digital. Independente de sua natureza, formato ou
conteúdo, esses documentos carregam consigo não só os dados anotados, mas uma
intrigante carga emocional que toca especialmente os familiares das pessoas ali
representadas.
O que significa ler o nome de um
antepassado em um desses documentos? Seria a percepção de que todos fazemos
parte e temos poder sobre a História? Seria a emoção da descoberta e de um
vínculo material que une gerações? Ou há outro significado no interesse por
esse acervo?
(1) Nome
por nome: as matrículas na Hospedaria de Imigrantes
Uma das primeiras atividades dos migrantes ao chegar na Hospedaria era a realização da matrícula. Em uma sala específica para essa função, os escriturários da instituição chamavam família por família, conferiam os documentos e efetuavam os registros em grandes livros. O Acervo Digital possui matrículas da Hospedaria de Imigrantes do Bom Retiro (1882-1887) e da Hospedaria de Imigrantes do Brás (1887-1958). Os registros relativos às duas últimas décadas de funcionamento do edifício do Brás (1959-1978) ainda não estão digitalizados.
(1.1) Os diferentes tipos de
registro de matrícula
Os livros de matrícula funcionavam como formulários padronizados para que os funcionários pudessem registrar informações acerca dos migrantes que entravam e saíam da Hospedaria. O que se buscava registrar diz muito a respeito das expectativas e ressalvas do Estado em torno dos perfis e das trajetórias dessas pessoas.
Nos primeiros livros da Hospedaria de Imigrantes do Bom Retiro, havia (além de dados recorrentes como nome, idade, data, navio e destino) um campo que não aparece mais nas matrículas posteriores a meados de 1884: doenças.
Página 046 do Livro 007 (1887-11), de Hospedaria de Imigrantes do Bom RetiroMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Entre
1884 e 1886, os livros de matrícula do Bom Retiro seguiam o mesmo padrão do
documento anterior, apenas sem o campo “doença”. A partir do final do ano de
1886, foram introduzidos cabeçalhos em cada página dos livros, que passaram
também a prever o registro dos valores de subsídios concedido aos migrantes.
Os primeiros livros da Hospedaria do Brás não apresentavam quase nenhuma mudança em relação aos últimos da Hospedaria do Bom Retiro. A caligrafia mudava, evidentemente, porque os escriturários variavam e o tipo de impressão também. Aliás, algumas páginas mostram os tipos gráficos responsáveis por criar os livros da Hospedaria: Baruel, Pauperio & Cia.
Página 061 do Livro 024 (1891-02), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Na última década do século XIX as matrículas não se alteram muito:
Página 462 do Livro 053 (1896-06), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
No começo do século XX, o preenchimento de todos os campos dos livros de matrícula passou a ser mais frequente. Após 1907, com a abertura da Agência Oficial de Colocação e Trabalho, nota-se também uma melhor organização das anotações dedicadas a cada migrante ou família e também aos próprios livros para registro:
Página 049 do Livro 082 (1909-06), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Os
livros passaram a ser divididos conforme o tipo da migração e conter detalhes
sobre a origem das pessoas, onde moravam antes de migrar, se o desembarque
havia ocorrido no porto do Rio de Janeiro ou de Santos, se já haviam estado no
Brasil em data anterior, o volume das bagagens e outras informações:
Página 009 do Livro 03A (1910-05), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Página 080 do Livro 01D (1910-05), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
No final da década de 1930 as matrículas mudaram de formato. Os campos de preenchimento são reduzidos e as informações passam a ser mais condensadas:
No final na década de 1940 e 1950 houve novas alterações e o aumento dos campos de preenchimento, visando o registro de mais informações sobre os migrantes:
Página 099 do Livro 178 (1958-04), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
O que torna o Acervo Digital do Museu da Imigração um espaço tão acessado é o fato das informações terem sido transcritas, facilitando a pesquisa (é possível fazer uma busca pelo nome do migrante, por exemplo) e a leitura dos documentos. Para dicas de como realizar essa pesquisa, faça do download gratuito do e-book pelo site do Museu da Imigração:
Livro de Matrícula (1901), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Pela centralidade e representatividade dos livros de matrícula na experiência de quem passou pela Hospedaria, um exemplar encontra-se em exibição na exposição de longa duração “Migrar: Experiências, Memórias e Identidades”.
Sala de chamada e a mesa de matrículaMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Fazendo matrículaMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
No salão de matrículaMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Página 161 do Livro 051 (1895), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Ao observar as matrículas na Hospedaria é
importante atentar para algumas características. Em
uma parcela significativa dos registros, somente o “chefe” da família é
matriculado com o nome completo
Podem existir diferentes formas de registrar idades. Roma Berton tem 7M = 7 meses.
Clemente Belletti possui 1/12, ou seja, 1 mês.
O destino indica, em muitas ocasiões, o nome de uma estação ferroviária. Nesse caso, Canoas é uma estação localizada no município de Mococa, estado de São Paulo. Não se refere à cidade gaúcha de Canoas – erro comum de interpretação.
Página 162 do Livro 02A (1909-04), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Nos livros dedicados aos migrantes reentrados, observar os motivos no campo “Para que fim entraram”:
Página 290 do Livro 100 (1927-10), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
O campo “Observações” merece atenção:
"Náufragos do Principessa Mafalda"
Página 057 do Livro 177 (1956-11), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
(1.2) Além de nomes, muitas histórias:
Os
milhões de nomes registrados no Acervo Digital representam também milhões de
histórias. Suas trajetórias nos revelam os motivos da decisão de partir e
evidenciam dinâmicas migratórias. Por trás de cada um desses nomes há um
história de vida que nos aproximam de um contexto histórico. Entre 1882 e 1978
o que acontecia no mundo podia reverberar na Hospedaria de Imigrantes do Bom
Retiro e na Hospedaria de Imigrantes do Brás.
Refugiados da Guerra da Coreia, 1956.
Página 199 do Livro 005 (1887-05), de Hospedaria de Imigrantes do Bom RetiroMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Família Borsatto. O “chefe”, Guglielmo, foi amigo de infância do Papa Pio X.
Fonte: Jornal Correio Paulistano, 23/08/1914.
Página 006 do Livro 097 (1924-03), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Antonio/Anton Kink foi um dos sobreviventes do naufrágio do Titanic em 1912. Migrou para o Brasil em 1924.
Fonte: www.encyclopedia-titanica.org/titanic-survivor/anton-kink.html
Página 061 do Livro 039, de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Esse Francesco Mangano foi, possivelmente, o chefe de uma quadrilha de calabreses que atuou no interior de São Paulo na última década do século XIX.
Página 075 do Livro 066 (1900-08), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Matrículas do primeiro grupo registrado de migrantes chineses no Brasil. Vapor Malange.
MatrículaMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Fachada da Hospedaria de Imigrantes com imigrantes estrangeiros à frenteMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Chegada de imigrantes a SantosMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
(2) Registros em trânsito: as listas de bordo
Durante
o funcionamento da Hospedaria do Brás, as listas de bordo dos navios também
faziam parte de sua burocracia; muitas delas, apesar de inúmeras lacunas, foram
preservadas e hoje compõem o Acervo Digital. Diferente das matrículas, no
entanto, esses documentos não foram transcritos, apenas digitalizados. Ainda
assim, as listas de bordo são fontes importantes de pesquisa e por vezes trazem
informações diferentes daquelas registradas nos livros de matrícula.
Embarque porto Busan na Coréia (1962)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Embarque no porto de Busan, Coréia do Sul, 1962.
Primeira página da lista de bordo do vapor Kasato Maru (1908), de Inspectoria de ImmigraçãoMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Primeira página da lista de bordo do vapor Minas (1898-01)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Primeira página da lista de bordo do vapor Minas, que aportou em Santos no mês de janeiro de 1898.
Página 22 da lista de bordo do vapor Equita (1902-01)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Detalhes da página 22 da lista de bordo do vapor Equita (janeiro de 1902). Anotações da cidade de origem e de um óbito ocorrido durante a viagem.
Página 4 da lista de bordo do Vapor Poitou (1905-01)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Detalhe da página 4 da lista de bordo do Vapor Poitou (janeiro de 1905), relacionado a migrantes espanhóis: “não constituem família, vieram com documentos falsos”
Página 3 da lista do vapor Tegelberg (1955-07)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Modificações em algumas listas de bordo da década de 1950. Inclusão de dados sobre passaportes.
Embarque de imigrantes suíços no Porto de Gênova (Itália) para o Brasil em 1898, com destino ao Núcleo Campos Sales. (1898/1898)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Embarque de migrantes suíços no porto de Gênova para o Brasil em 1908, que mais tarde seguiriam para o núcleo Campos Sales.
Porto de Yokohama, navio Arábia - Maru (1940)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Página 1 da lista de bordo do vapor Ortega (1922-11-02)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
(3)Trajetórias nos meandros das requisições
Após
instalados em seus destinos, os migrantes podiam solicitar o reembolso dos
valores gastos com as passagens por meio de requerimentos encaminhados à
Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo. No Acervo Digital é possível
conhecer alguns deles, que trazem outros documentos agregados e informações que
facilitam a compreensão do percurso de famílias migrantes
Albino d’Oliveira e família desembarcaram em Santos no dia 02/11/1922.
Página 258 do Livro 094 (1922-11), de Hospedaria de Imigrantes do BrásMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
A família foi matriculada na Hospedaria no dia 03/11/1922.
Pedido de restituição de passagens - Albino de Oliveira (1923-05)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Em maio de 1923, Albino fez um pedido para restituição do dinheiro gasto com as passagens. Anexou esse recebi ao requerimento.
Passagem de terceira classe anexada ao requerimento de Henrich Menke (1924-04-02)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Passaporte alemão de Wilhelm Abelbeck (1924-01-21)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Uma das páginas do passaporte alemão de Wilhelm Abelbeck, anexado ao requerimento de janeiro de 1924.
Passagem de Antonia Zorrilla Gijon e filhos (1924-10-12)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Verso da passagem de Antonia Zorrilla Gijon e filhos (1914-10-12)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
No verso do bilhete observam-se as leis de imigração e, na parte superior esquerda, o cardápio servido durante a viagem.
Contrato e caderneta do migrante Fricis Melbards (1926-01-14)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Contrato e caderneta do migrante - Fricis Melbards (1926-01-14)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Pedido de restituição de passagens - Fricis Melbards (1926-01-14)Museu da Imigração do Estado de São Paulo
Fotos de Fricis e sua esposa, Anna. Documento presente em requerimento de janeiro de 1926.
Carta pertencente ao passageiro Angelo Giovannetti - vapor Principessa Mafalda (1924-11), de Angelo GiovannettiMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
(4) Contatos. As notícias e as cartas.
As
cartas de chamada são fontes históricas fundamentais para compreender o
cotidiano dos migrantes, bem como seus anseios, dúvidas, medos, esperanças,
hábitos e estratégias. Esses documentos eram, por vezes, necessários para a
saída e/ou entrada de pessoas em um determinado país. As cartas que se
encontram no Acervo Digital eram apresentadas para a Inspetoria de Imigração e
anexadas às listas de bordo. Serviam para comprovar que o migrante já possuía
familiares vivendo no Brasil. Muitas dessas cartas se referem à vinda de
mulheres e idosos.
Carta pertencente ao passageiro Angelo Giovannetti (61), vapor Principessa Mafalda, novembro de 1924.
Carta de Lydia Pellegrini (1922-05), de Lydia PellegriniMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Carta encontrada no meio de uma lista de bordo, maio de 1922.
Uma das fontes mais procuradas no Acervo Digital são fotos das famílias que passaram pela Hospedaria de Imigrantes. Infelizmente, esse é um documento raro, pois os migrantes não eram fotografados sistematicamente. As poucas fotos do final do século XIX e início do XX mostram, em geral, grupos sem menção a nomes ou outras especificidades. Há, no entanto, uma exceção reveladora: uma informação pouco conhecida pelo público é de que a maior parte dos registros da Hospedaria do Brás diz respeito a brasileiros, especialmente nordestinos. No caso de algumas dessas famílias podemos localizar fotografias com os nomes indicados. Identificados por um número e um nome, essas pessoas também representam a história da migração para São Paulo, a história da Hospedaria de Imigrantes do Brás. São os rostos por trás dos nomes.
Aurelia Maria de JesusMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
G Flora CostaMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Maria de JesusMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Ramiro J. LimaMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
Maria de JesusMuseu da Imigração do Estado de São Paulo
JOÃO DORIA
Governador
RODRIGO GARCIA
Vice-Governador e Secretário de Estado do Governo
SÉRGIO SÁ LEITÃO
Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa
CLAUDIA PEDROZO
Secretária-Executiva de Estado de Cultura e Economia Criativa
FREDERICO MASCARENHAS
Chefe de Gabinete da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
INSTITUTO DE PRESERVAÇÃO E DIFUSÃO DA HISTÓRIA DO CAFÉ E DA IMIGRAÇÃO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (INCI)
Guilherme Braga Abreu Pires Filho
Presidente
Carlos Henrique Jorge Brando
Vice-presidente
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Diretora Executiva
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Diretor Administrativo-financeiro
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Gerente de Comunicação e Desenvolvimento Institucional
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Gerente Administrativo-financeiro
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Pesquisa de acervo |
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Produção |
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Textos |
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