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Fundação Iberê, Porto Alegre, de 19/09/2020 a 28/02/2021 e Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, de 13/03 a 23/05/2021.
Eles respondiam a uma demanda do circuito de arte, herdada da utopia modernista, que preconizava o conceito de síntese das artes: uma colaboração estreita entre arte, arquitetura e artesanato.
Nos anos 1960, com a assessoria das ceramistas Luiza Prado e Marianita Linck, Iberê realizou um conjunto de pinturas em porcelana, com resultados surpreendentes.
Na década seguinte, selecionou um conjunto de cartões, que foram transformados por Maria Angela Magalhães em impactantes tapeçarias, estabelecendo uma parceria que prosseguiu até a década de 1980.
No final da década, o conceito de síntese das artes caiu em desuso e cerâmicas e tapeçarias passaram a ser vistas como artes menores.
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Há algum tempo a Fundação Iberê vinha estudando essa faceta do artista, e a conjuntura feminina que permeou a produção desses trabalhos propiciou a ocasião perfeita para apresentar as obras que hoje encontram-se em instituições e coleções privadas, espalhadas entre as cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Lisboa.
Entre elas, o único prato que acredita-se ter sido modelado pelo próprio artista (imagem acima).
Duas delas não foram localizadas, e são conhecidas apenas pelos registros fotográficos realizados pelo artista.
O ateliê de Maria Angela, o Artesanato Guanabara, chegou a envolver mais de 70 bordadeiras que auxiliavam também na preparação e no tingimento dos fios como seda, lã, linho e algodão.
Em muitos casos, Mariangela usava mais de um fio na agulha para chegar no tom e efeito desejado, incluindo fios sintéticos com efeito metalizado.
O Fio de Ariadne faz uma referência à urdidura feminina por trás do artista, o guia que Iberê usava para sair da estrutura labiríntica de sua própria pessoa e obra.
Na conhecida lenda grega, o herói Teseu consegue se salvar graças a Ariadne, que lhe dá um novelo de lã para guiá-lo no intrincado labirinto de Creta. Um eco da contundente personalidade de Iberê.
O mito de Ariadne, que tem inúmeras interpretações filosóficas e psicológicas, mostra também como o apoio de uma mulher pode levar o herói à vitória.
Assim, a exposição oferece algumas camadas de leitura ao público: apresenta uma faceta menos conhecida da obra de Iberê Camargo, demonstra a qualidade artística de cerâmicas e de tapeçarias – colocando em questão algumas convenções ultrapassadas do circuito de arte – e torna visível a rede feminina que sempre deu suporte ao artista, revelando as vozes de Ariadne.
A esposa e companheira Maria Coussirat Camargo (Porto Alegre, RS, 1915 – Porto Alegre, RS, 2014), imagem acima;
A colega Elisa Byington (São Paulo, SP, 1910 – São Paulo, SP, 2003), à direita da imagem acima;
A artista Djanira (Avaré, SP, 1914 – Rio de Janeiro, RJ, 1979), imagem acima;
A professora Istellita da Cunha Knewitz (Santana do Livramento, RS, 1926), imagem acima;
A artista Regina Silveira (Porto Alegre, RS, 1939), imagem acima;
A ceramista Luiza Prado (Porto Alegre, RS, 1914 – Rio de Janeiro, RJ, 2000), imagem acima;
A ceramista Marianita Linck (Porto Alegre, RS, 1924), imagem acima;
A artista Maria Tomaselli (Innsbruck, Áustria, 1941), imagem acima;
A tapeceira Maria Angela Magalhães (Belo Horizonte, MG, 1925 – Rio de Janeiro, RJ, 2009), imagem acima;
A gravadora Anna Letycia (Teresópolis, RJ, 1929 – Rio de Janeiro, RJ, 2018), imagem acima;
A escritora Clarice Lispector (Chechelnyk, Ucrânia, 1920 – Rio de Janeiro, RJ, 1977), dedicatória acima;
As gravadoras Anico Herskovits (Montevideo, Uruguai, 1948) e Marta Loguercio (Bagé, RS, 1945), imagem acima;
A galerista Tina Zappoli (Flores da Cunha, RS, 1955), imagem acima;
A produtora cultural Evelyn Ioschpe (Porto Alegre, RS, 1948 – São Paulo, SP, 2019), acima, à direita da foto;
A cantora Adriana Calcanhotto (Porto Alegre, RS, 1965), imagem acima;
A atriz Fernanda Montenegro (Rio de Janeiro, RJ, 1929), imagem acima.
Preview da exposição
IBERÊ CAMARGO – O FIO DE ARIADNE
Curadoria
Denise Mattar
Co-curadoria
Gustavo Possamai
Registro da abertura da exposição, dia 19/09/2020, no link.
Playlist dos depoimentos, as "Vozes de Ariadne", no link.
Série de conversas que abordam os diversos aspectos da mostra:
Live com Denise Mattar e Gustavo Possamai
Dia 25/04/2020
Apresentação da exposição, no link.
Live com Paula Ramos
Dia 09/05/2020
“Maria Coussirat e a vigília da memória”, no link.
Live com Andrea Giunta
Dia 23/05/2020
“A presença das mulheres na arte”, no link.
Live com Maria Amelia Bulhões
Dia 03/06/2020
“Cerâmicas, tapeçarias e o sistema de arte”, no link.
Live com Blanca Brites
Dia 27/06/2020
“Iberê e a cerâmica”, no link.
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Nota: Prevista para abril de 2020, a abertura da exposição foi transferida para 19 de setembro de 2020, em colaboração às medidas de controle da propagação do novo Coronavírus (Covid-19). Informações e orientações para visitação, clique aqui.
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Esta versão online não inclui a totalidade das obras da exposição.
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Todos os esforços foram feitos para reconhecer os direitos morais, autorais e de imagem. A Fundação Iberê agradece qualquer informação relativa à autoria, titularidade e/ou outros dados que estejam incompletos nesta edição, e se compromete a incluí-los nas futuras atualizações.
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