[Preview] Iberê Camargo – O Fio de Ariadne

Fundação Iberê, Porto Alegre, de 19/09/2020 a 28/02/2021 e Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, de 24/04 a 11/07/2021.

Durante as décadas de 1960 e 1980, além de sua intensa produção em pintura, desenho e gravura, Iberê Camargo realizou trabalhos em cerâmica e tapeçaria.

Sem título, Iberê Camargo, 1960, Da coleção de: Fundação Iberê
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Signos, Iberê Camargo, c.1975, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, c.1981, Da coleção de: Fundação Iberê
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Movimento, Iberê Camargo, 1976, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título (1981), de Iberê CamargoFundação Iberê

Eles respondiam a uma demanda do circuito de arte, herdada da utopia modernista, que preconizava o conceito de síntese das artes: uma colaboração estreita entre arte, arquitetura e artesanato.

Nos anos 1960, com a assessoria das ceramistas Luiza Prado e Marianita Linck, Iberê realizou um conjunto de pinturas em porcelana, com resultados surpreendentes.

Iberê Camargo observando sua produção de pintura em porcelana no ateliê de Luiza Prado, 1961, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1960, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1960, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1965, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, c.1961, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, c.1965, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1961, Da coleção de: Fundação Iberê
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Na década seguinte, selecionou um conjunto de cartões, que foram transformados por Maria Angela Magalhães em impactantes tapeçarias, estabelecendo uma parceria que prosseguiu até a década de 1980.

Variação do mesmo tema – Solução I, Iberê Camargo, 1970, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1975, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1979, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1981, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, sem data, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, década de 1970, Da coleção de: Fundação Iberê
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No final da década, o conceito de síntese das artes caiu em desuso e cerâmicas e tapeçarias passaram a ser vistas como artes menores.

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Há algum tempo a Fundação Iberê vinha estudando essa faceta do artista, e a conjuntura feminina que permeou a produção desses trabalhos propiciou a ocasião perfeita para apresentar as obras que hoje encontram-se em instituições e coleções privadas, espalhadas entre as cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Lisboa.

Sem título (c.1961), de Iberê CamargoFundação Iberê

São 36 pinturas sobre pratos de porcelana, a grande maioria exposta uma única vez, em Torres (RS), há 60 anos.

Sem título, Iberê Camargo, 1961, Da coleção de: Fundação Iberê
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Entre elas, o único prato que acredita-se ter sido modelado pelo próprio artista (imagem acima).

Sem título, Iberê Camargo, 1960, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1960, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, 1960, Da coleção de: Fundação Iberê
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São 8 tapeçarias de grandes dimensões, das 10 que se estima que Iberê tenha produzido.

Sem título, Iberê Camargo, c.1981, Da coleção de: Fundação Iberê
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Duas delas não foram localizadas, e são conhecidas apenas pelos registros fotográficos realizados pelo artista.

Sem título, Iberê Camargo, 1976, Da coleção de: Fundação Iberê
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Sem título, Iberê Camargo, c.1982, Da coleção de: Fundação Iberê
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O ateliê de Maria Angela, o Artesanato Guanabara, chegou a envolver mais de 70 bordadeiras que auxiliavam também na preparação e no tingimento dos fios como seda, lã, linho e algodão.

Maria Angela Magalhães em seu ateliê Artesanato Guanabara, déc.1970, Da coleção de: Fundação Iberê
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Em muitos casos, Mariangela usava mais de um fio na agulha para chegar no tom e efeito desejado, incluindo fios sintéticos com efeito metalizado.

Sem título (c.1981), de Iberê CamargoFundação Iberê

A exposição destaca, ainda, a presença feminina na vida de Iberê tendo como base a linha do tempo do artista.

Sem título, Iberê Camargo, 1961, Da coleção de: Fundação Iberê
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O Fio de Ariadne faz uma referência à urdidura feminina por trás do artista, o guia que Iberê usava para sair da estrutura labiríntica de sua própria pessoa e obra.

Na conhecida lenda grega, o herói Teseu consegue se salvar graças a Ariadne, que lhe dá um novelo de lã para guiá-lo no intrincado labirinto de Creta. Um eco da contundente personalidade de Iberê.

O mito de Ariadne, que tem inúmeras interpretações filosóficas e psicológicas, mostra também como o apoio de uma mulher pode levar o herói à vitória.

Sem título, Iberê Camargo, 1964, Da coleção de: Fundação Iberê
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Assim, a exposição oferece algumas camadas de leitura ao público: apresenta uma faceta menos conhecida da obra de Iberê Camargo, demonstra a qualidade artística de cerâmicas e de tapeçarias – colocando em questão algumas convenções ultrapassadas do circuito de arte – e torna visível a rede feminina que sempre deu suporte ao artista, revelando as vozes de Ariadne.

Sem título, Iberê Camargo, 1961, Da coleção de: Fundação Iberê
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É complementada por uma cronologia ilustrada reunindo fotos e depoimentos de algumas das mulheres que marcaram presença na vida de Iberê. Entre elas:

Maria e Iberê Camargo no ateliê da rua das Palmeiras, Botafogo, 1963, Da coleção de: Fundação Iberê
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A esposa e companheira Maria Coussirat Camargo (Porto Alegre, RS, 1915 – Porto Alegre, RS, 2014), imagem acima;

Maria, Iberê e Elisa Byington na residência do artista, 1959, Da coleção de: Fundação Iberê
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A colega Elisa Byington (São Paulo, SP, 1910 – São Paulo, SP, 2003), à direita da imagem acima;

Iberê Camargo e Djanira na inauguração do "Salão Preto e Branco", 1954, Da coleção de: Fundação Iberê
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A artista Djanira (Avaré, SP, 1914 – Rio de Janeiro, RJ, 1979), imagem acima;

Iberê e Istellita da Cunha Knewitz no ateliê do artista, na rua Alcebíades Antônio dos Santos, 1992, Da coleção de: Fundação Iberê
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A professora Istellita da Cunha Knewitz (Santana do Livramento, RS, 1926), imagem acima;

Curso de pintura intitulado Encontros com Iberê, que dá origem ao Atelier Livre de Porto Alegre. Iberê e sua aluna de pintura, a artista plástica Regina Silveira, dezembro de 1960, Da coleção de: Fundação Iberê
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A artista Regina Silveira (Porto Alegre, RS, 1939), imagem acima;

Iberê Camargo e Luiza Prado observam a produção de pintura sobre porcelana do artista, no ateliê da ceramista, 1961, Da coleção de: Fundação Iberê
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A ceramista Luiza Prado (Porto Alegre, RS, 1914 – Rio de Janeiro, RJ, 2000), imagem acima;

Iberê e Marianita Linck na residência do artista, 1977, Da coleção de: Fundação Iberê
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A ceramista Marianita Linck (Porto Alegre, RS, 1924), imagem acima;

Maria Tomaselli, Iberê e detentos junto aos cenários pintados para o teatro da Penitenciária de Porto Alegre, 1969, Da coleção de: Fundação Iberê
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A artista Maria Tomaselli (Innsbruck, Áustria, 1941), imagem acima;

A tapeceira Maria Angela Magalhães na Fazenda Borges, 1986, Da coleção de: Fundação Iberê
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A tapeceira Maria Angela Magalhães (Belo Horizonte, MG, 1925 – Rio de Janeiro, RJ, 2009), imagem acima;

Sérgio Camargo, Iberê Camargo, Ana Letycia, Edson Motta e Jaime Maurício prestando esclarecimentos sobre a importação de material artístico à Comissão de Cultura da Câmara, 1976, Da coleção de: Fundação Iberê
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A gravadora Anna Letycia (Teresópolis, RJ, 1929 – Rio de Janeiro, RJ, 2018), imagem acima;

Dedicatória de Clarice Lispector a Iberê Camargo, c.1969, Da coleção de: Fundação Iberê
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A escritora Clarice Lispector (Chechelnyk, Ucrânia, 1920 – Rio de Janeiro, RJ, 1977), dedicatória acima;

Anico Herskovits, Iberê e Marta Loguercio no MAM Atelier de Litografia, 1987, Da coleção de: Fundação Iberê
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As gravadoras Anico Herskovits (Montevideo, Uruguai, 1948) e Marta Loguercio (Bagé, RS, 1945), imagem acima;

Tina Zappoli com a obra "Ciclistas", no ateliê de Iberê Camargo, 1989, Da coleção de: Fundação Iberê
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A galerista Tina Zappoli (Flores da Cunha, RS, 1955), imagem acima;

Iberê, Maria Tomaselli e Evelyn Ioschpe, déc.1980, Da coleção de: Fundação Iberê
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A produtora cultural Evelyn Ioschpe (Porto Alegre, RS, 1948 – São Paulo, SP, 2019), acima, à direita da foto;

Duas formas de arte se encontram, Clarissa Berry Veiga, 08 de maio de 1991, Da coleção de: Fundação Iberê
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A cantora Adriana Calcanhotto (Porto Alegre, RS, 1965), imagem acima;

Iberê quer pintar cenas de 'Dona Doida', Cristina Gutkoski, 13 de dezembro de 1993, Da coleção de: Fundação Iberê
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A atriz Fernanda Montenegro (Rio de Janeiro, RJ, 1929), imagem acima.

Sem título (1964), de Iberê CamargoFundação Iberê

Sem título (1965), de Iberê CamargoFundação Iberê

Créditos: história

Preview da exposição
IBERÊ CAMARGO – O FIO DE ARIADNE

Curadoria
Denise Mattar

Co-curadoria
Gustavo Possamai


Vídeo da exposição na Fundação Iberê, no link.

Playlist dos depoimentos, as "Vozes de Ariadne", no link.


Série de conversas que abordam os diversos aspectos da mostra:

Live com Denise Mattar e Gustavo Possamai
Dia 25/04/2020
Apresentação da exposição, no link.

Live com Paula Ramos
Dia 09/05/2020
Maria Coussirat e a vigília da memória”, no link.

Live com Andrea Giunta
Dia 23/05/2020
A presença das mulheres na arte”, no link.

Live com Maria Amelia Bulhões
Dia 03/06/2020
Cerâmicas, tapeçarias e o sistema de arte”, no link.

Live com Blanca Brites
Dia 27/06/2020
Iberê e a cerâmica”, no link.

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Cronologia de Maria Coussirat Camargo, no link.

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Nota: Prevista para 13 de março de 2021, a abertura da exposição no Instituto Tomie Ohtake foi adiada em colaboração às medidas de controle da propagação do novo Coronavírus (Covid-19).

Para informações e orientações para visitação, visite o site do Instituto clicando aqui.

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Esta versão online não inclui a totalidade das obras da exposição.

A mostra esteve em cartaz na Fundação Iberê, em Porto Alegre, de 19 de setembro de 2020 a 28 de fevereiro de 2021.

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Todos os esforços foram feitos para reconhecer os direitos morais, autorais e de imagem. A Fundação Iberê agradece qualquer informação relativa à autoria, titularidade e/ou outros dados que estejam incompletos nesta edição, e se compromete a incluí-los nas futuras atualizações.
acervo@iberecamargo.org.br

© Fundação Iberê Camargo

Créditos: todas as mídias
Em alguns casos, é possível que a história em destaque tenha sido criada por terceiros independentes. Portanto, ela pode não representar as visões das instituições, listadas abaixo, que forneceram o conteúdo.
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