By MCB - Museu da Casa Brasileira
Museu da Casa Brasileira
Confira as peças disponíveis no Acervo MCB. Alguns itens a seguir estão expostos nas mostras de longa duração do museu, e as demais estão na reserva técnica e fazem parte da coleção do Museu da Casa Brasileira.
Cômoda Rústica Pintada
Esta peça sóbria, em vinhático, de feitura rústica inspirada no estilo erudito D. João V, apresenta apenas dois gavetões, tampo reto bisotado e “avental” recortado em volutas, com entalhes em motivos singelos de flores. Os puxadores e espelhos da fechadura são em ferro batido recortado. A superfície do móvel guarda vestígios de pintura típica da produção de Minas Gerais no período.
Meia-Cômoda com Pernas de Valete
Esta peça apresenta execução primorosa nas técnicas de recorte e entalhe. Suas linhas curvas e recortes registram influência barroca. Um detalhe raro são os pés de botas que “calçam” as pernas de “valete” de curvas salientes. Os puxadores são de inspiração mourisca. Derivada da cômoda, a meia-cômoda foi criada na França por volta de 1700, diferenciando-se por apresentar somente dois gavetões e pernas mais altas.
Cômoda-Papeleira
Feita em jacarandá-da-baía, este móvel possui duas funções, além de ser uma peça de guarda, também é apoio para escritório que se revela ao abrir a tampa na parte superior, a mesma serve de mesa para escrever. Seu interior revela uma série de gavetinhas, escaninhos e um pequeno cofre num fundo falso, com a função de guardar papéis e valores. Logo abaixo estão quatro gavetões, sendo dois de menor altura. As colunas laterais da peça possuem o formato de peanha e terminam os pés em voluta para cima. Os puxadores e espelhos das fechaduras são em ferro estanhado e possui ornamento rendilhado no estilo Rococó. A parte superior desta peça é composta por um oratório.
Armário Pintado
O armário herdou algumas funções da arca e superou-a, devido às vantagens que suas amplas prateleiras internas apresentavam para a guarda de documentos, louças, objetos e, mais tarde, roupas. Usado no século XVII nas igrejas e conventos, no século XVIII tornou-se comum nas casas. Este exemplar, em cedro pintado, tem estrutura que privilegia as linhas retas e mistura características do Neoclássico e do Barroco mineiro.
Armário de Carvalho
Feito de carvalho, este móvel tem elementos decorativos entalhados, próprios do estilo Renascença. O armário herda a função de arca devido às vantagens que suas prateleiras apresentam para a guarda de documentos, louças, objetos e, mais tarde, para a guarda de roupas. Usado inicialmente nas igrejas e conventos, só no século XVIII se fez presente nas casas.
Guarda-Roupa Art Nouveau
Em jequitibá rosa, este armário apresenta elementos artísticos do Art Nouveau no frontão recortado da parte superior e nos entalhes das portas, em linhas sinuosas de origem floral, repetitivas e simplificadas. A peça está disponível para visitação na exposição de longa duração do Museu da Casa Brasileira chamada ‘Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB’.
Piano Inglês - Tipo Espineta
De mogno e jacarandá, este exemplar é montado sobre seis pernas com rodízios de metal. Na faixa logo abaixo do instrumento, encabeçando cada perna, há um quadrado em bronze com rosetas, que nas laterais apresentam a Coroa Imperial encimando a insígnia P. I (D. Pedro I), ao que se presume pertenceu ao Imperador.
Relógio
Relógio embutido em móvel com detalhes ornamentais na linha D. Maria I.
Bar Z 10
O design de José Zanine Caldas tira partido do compensado de madeira e da fórmica em cores vivas para criar móveis em formas irregulares e sinuosas, no léxico moderno. Além desses materiais, este bar para uso residencial usa revestimento de curvim e mangueira plástica. Foi produzido em escala industrial por uma fábrica montada com a utopia de tornar o design acessível a amplas camadas da população.
Caixa Cofre de Ferro
Peça de aspecto severo, com estrutura em ferro fundido batido, reforçado com cintas em ferro, pesa cerca de 800 kg e assenta diretamente sobre o chão. As caixas-cofres foram muito usadas para o transporte e guarda de dinheiro e documentos, nas residências ou repartições públicas. Para garantir a segurança, este exemplar possui duas fechaduras. A peça está disponível para visitação na exposição de longa duração do Museu da Casa Brasileira chamada ‘Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB’.
Caixa Cofre de Madeira
Canastra ou baú rústico, em jacarandá do litoral e ferro, no estilo luso brasileiro do século XVIII, usada para guardar objetos e roupas. Os pés, na forma de apoios independentes, soltos e altos, protegem o móvel contra a umidade e o assédio dos animais nocivos. Apresenta as junções no sistema de malhetes (recortes nas extremidades formando encaixes tipo macho – fêmea). A peça está disponível para visitação na exposição de longa duração do Museu da Casa Brasileira chamada ‘Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB’.
Marquese
Peça rústica feita em jacarandá do litoral, pinho e canela, com braços em formato de gôndola. Além do descanso, esta peça acumula a função de guarda pela presença de dois gavetões na parte inferior. A marquesa substitui o preguiceiro empregado no século anterior e antecede o canapé. Podia ficar tanto no quarto como na sala, para repousos diurnos.
Arca Banco
Banco de sacristia ou de alpendre, em madeira canjerana, tem formas sinuosas no espaldar e entalhes em volutas, características do Barroco mineiro. O tampo móvel no assento escamoteia uma caixa, tendo portanto a dupla função de sentar e guardar. Ao centro do espaldar está gravado o ano de 1760, provável data de sua confecção.
Canapé Império
Em caviúna e palhinha, com composição bem simétrica, este canapé é originário da fazenda que pertenceu ao presidente Campos Salles. Ele exemplifica o estilo Império, desenvolvido na França quando Napoleão quis agregar à sua imagem os símbolos de civilizações antigas. Os braços laterais em gôndola fazem referências aos coxins romanos e aos barcos egípcios.
Banco Bandeirante
Entalhado em uma única peça em madeira de lei maciça, este banco em “x” apresenta inteligente sistema estrutural sem qualquer emenda aparente, denotando leveza, flexibilidade e resistência. O nome vem de suas qualidades ideais para uso em viagens de longas distâncias, como faziam os bandeirantes.
Escabelo
Derivado de modelos italianos e germânicos do século XVI, este escabelo (pequeno banco) em cedro possui encosto recortado e entalhado em baixo relevo, mostrando um brasão com as iniciais MGS. Apesar de feito por meio de técnicas simples de encaixes, seu uso era nobre, destinado para os chefes de família ou visitantes ilustres.
Poltrona de Embalo
Com estrutura em pau-marfim maciço, estofamento e revestimento em couro, esta cadeira é um exemplo da produção do português Joaquim Tenreiro, precursor do mobiliário moderno no Brasil e um verdadeiro “poeta da madeira”. Conjugando funcionalidade e limpeza plástica, ele fazia móveis formalmente leves, baseados na honestidade de propósitos e na eliminação do supérfluo.
Cadeira de Balanço de Palhinha
Esta cadeira traz a nova modalidade de assento para descanso que embala o sono, referência da cadeira de balanço americana. Sua estrutura é constituída por talha simples revelando o ornamento apenas pela silhueta. Foi confeccionada em tamanqueira, uma madeira clara, e possui palhinha no assento e no espaldar, já uma adaptação brasileira, presente desde o século XVIII.
Poltrona Mole
Considerada pelo crítico Clement Meadmore “um dos 30 melhores assentos do século 20”, a Poltrona Mole combina a robustez e o conforto, o convite ao relaxamento e o idioma moderno. Seu projeto atende a uma busca deliberada, por parte do designer, de linguagem efetivamente brasileira, qualidade que a levou a conquistar o primeiro lugar no Concurso Internacional do Móvel em Cantù, Itália, em 1961. A peça está disponível para visitação na exposição de longa duração do Museu da Casa Brasileira chamada ‘Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB’.
Cadeira Eclética
Com estrutura delgada em jacarandá-da-baía, esta cadeira é plena de referências medievais e orientais, ricamente entalhadas. O estilo Eclético surge em meados do século XIX, tanto na arquitetura quanto nos interiores e no mobiliário, e se caracteriza pelas várias citações historicistas em uma única peça.
Cadeira Paulistano
Uma “cadeira-pudim”, agradável ao sentar, e flexível em todos os sentidos, até lateralmente. Essa foi a intenção do arquiteto ao projetar esta cadeira. Ele conseguiu seu intento sem recorrer ao tradicional estofado, e sim ao aço espiral, muito fino e flexível, que é “vestido” com uma capa em couro ou lona. Em 1986, a Paulistano venceu o 1º Prêmio Design MCB. A peça está disponível para visitação na exposição de longa duração do Museu da Casa Brasileira chamada ‘Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB’.
Poltrona Pelicano
O projeto sintetiza a trajetória deste designer francês na busca do móvel funcional e barato, trabalho desenvolvido por ele no Brasil desde os anos 1950. Simplicidade é a palavra-chave exemplificada no detalhe das cavilhas que prendem a lona de algodão à estrutura (eucalipto maciço de reflorestamento) e a tornam facilmente retirável e lavável. Pesando 9 kg e com uma embalagem compacta, o produto tem baixo custo de fabricação. Disponível em versões com e sem braços, fixa ou de balanço, em poltrona ou sofá de dois lugares. A peça está disponível para visitação na exposição de longa duração do Museu da Casa Brasileira chamada ‘Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB’.
Cadeira de Campanha
Cadeira dobrável de execução popular, usa jacarandá do litoral e tem assento flexível em couro lavrado, com resultados ergonômicos notáveis para o período. A configuração vem das cadeiras em “x”, usadas desde a Antiguidade e produzidas principalmente para viagens, por ocuparem pouco espaço quando dobradas. Modelos semelhantes a este eram muito difundidos em Portugal desde o século XVII. A peça está disponível para visitação na exposição de longa duração do Museu da Casa Brasileira chamada ‘Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB’.
Cadeira de Balanço Gaivota
Lâminas maciças de 4 mm de mogno ou ipê são coladas a frio com resina epóxi, técnica que foi uma inovação na produção moveleira em nosso país. Francês radicado no Brasil, Bonzon ganhou vários prêmios com esta peça, entre eles o 3º Prêmio Design MCB. Sua cadeira de balanço se tornou um dos itens mais conhecidos do design brasileiro contemporâneo.
Oratório com Santa Ceia
Composto por uma caixa em jacarandá, este oratório tem porta de vidro, através da qual se vê a representação da Santa Ceia, com peças provavelmente confeccionadas em período anterior à elaboração da caixa, no início do século XIX. As miniaturas de Cristo e os 12 apóstolos são esculpidas em madeira, em várias cores.
Oratório D. João V
Peça muito presente nas casas brasileiras, o oratório foi amplamente usado desde os tempos da Colônia até hoje em algumas regiões do país, em geral compondo a parte superior de papeleiras e consoles. Este exemplar, em jacarandá, estilo D. José I, tem provável execução portuguesa e apresenta as formas sinuosas do Rococó francês. Faz conjunto com cômoda-papeleira.
Rádio Capelinha
Capelinha é um apelido dado a todo rádio que tinha suas formas alusivas às capelas ou catedrais. Este apelido acabou sendo incorporado a todos os rádios que possuíam formas parecidas, é o caso deste exemplar da Philco. Suas características estéticas são do estilo Art Déco, que mantém linhas geométricas simples, com as extremidades levemente arredondadas. O rádio, seguido da televisão, do computador etc., são formas de conectar-se, desde o espaço doméstico, com o mundo.
Pilão e Mão de Pilão
Pilão escavado a enxó, em tronco inteiriço de árvore. Juntamente com a chamada “mão de pilão”, era peça indispensável nas antigas cozinhas brasileiras para moer grãos, descascar cereais ou preparar alimentos.
Curadoria do MCB
Fotos Divulgação MCB